domingo, janeiro 27, 2013

Girls

Esta série da HBO foi criada por Lena Dunham - que também é a actriz principal. Lena Dunham/Hannah Horvath não tem trinta anos e quer ser escritora. Os pais atiram-na economicamente 2pela janela fora". Encontra-se em New York/Manhattan com outras três twenty-agers e o mais estranho dos namorados num desenrolar de episódios comico-dramáticos que se diz serem inspirados em Sex & The City - o qie na realidade não é bem assim. Nem o namorado é Mr. Big nem Lena/Hannah escreve numa revista de referência. Lena Dunham adora "Sex & The City" e "Girls" pode ser a história de umas raparigas que vão para NY à procura "daquilo" embora na realidade "não-cheguem-lá". Untold story, etc. Há bastante sexo, a maior parte disfuncional - opinião pessoal, confesso - outra grande divergência da série mãe, muito trambolhão, muita diversão, confusão e nenhuma tradição. Errar aqui não só é humano como quase a regra. Há um casamento. E no fim uma separação. A série tem muita piada e é viciante. O produtor é Judd Apatow. Ganhou nos Emmys a "Modern Family". Só pode ser boa. Vem aí a a segunda tranche.

quarta-feira, janeiro 23, 2013

115 Janeiro - 2

Los Cantones.

Bonsai rain.

Numa empresa pública perto de si.

As raízes aquáticas.

Um esquema, não?

Um novo parque que dias depois era um lago...

Muita chuva.

115 Janeiro - 1

Pantera pardus Maia

Cacocobra.

"Sim, filho, estou na exposição do Julião Sarmento. Queria que comprasses..."

Um esquema, não?

2013, Porto antigo.

O discreto charme da automedissão.

Tiny nature.

Rande.

Segunda a Sexta.

Estagiei - ou seja, trabalhei - durante seis meses num hospital de Espanha em 1996. Estava então Espanha lentamente, muito lentamente, a sair de uma fase de crise económica com muito desemprego. Os meus colegas de especialidade eram efusivos comigo logo após saberem que não era minha intenção ficar a trabalhar em Espanha. Alguns perguntaram-me como deviam fazer para emigrarem para Portugal, alguns fizeram-no. Quando voltei a Portugal conheci dezenas de jovens profissonais espanhóis que vieram fazer a sua formação cá, muitos deles excepcionais, alguns ficaram por cá, cumprimento-os efusivamente ainda hoje, os que são gente de bem, o que faço igualmente para os nossos. Não se pode saudar toda a gente...

Em Espanha, terra de segurança laboral então bem mais precária do que a nossa - então, repito - o que me impressionou mais em 1996 foi o caso daqueles trabalhadores que, semana após semana, eram despedidos à sexta e readmitidos à segunda. Durante o fim-de-semana estavam desempregados, bem podiam passar à porta do seu emprego de sexta-feira mas nada daquilo era "deles", pois só segunda-feira voltariam a contar, uma poupança inacreditável, uma crueldade nascida da necessidade e da fome, porque não assumi-lo. Colocando-me no lugar desses trabalhadores, acredito que a noite de domingo para segunda nunca seria em paz, nunca seria una e tranquila, a incerteza de um dia acontecer aquele dia em que se chega à porta do trabalho e alguém que pode mais exclama: "não entras, não te conheço!" - e pronto, prolongado o vazio do fim-de-semana até quando, passa-se naquele momento mesmo a não saber, saimos de casa a andar, voltamos de rastos.

Não consigo esquecer-me desta imagem, a porta a abrir-se segunda de manhã, a mesma porta a fechar-se a cadeado sexta ao fim da tarde, incerto o voltar, o sustento, a sobrevida na semana que impreterivelmente virá bater a outra porta, a do ansioso coração, aquela que nunca se quer fechada, na segunda-feira que se segue.

terça-feira, janeiro 15, 2013

Oração Finlandesa Para Estancar O Sangue Das Feridas


Pára, sangue, de correr,
de ressaltar aos borbotões,
de me brotar sobre o flanco.
Como contra uma parede,
imóvel como uma sebe,
lírio marinho direito
como espadana na espuma,
como pedra no talude
e o recife na corrente.
Sangue, sangue, se o desejo
te faz correr com tal força,
circula dentro da carne,
abraça-te aos ossos vivos.
Belo, belo que é correr
na obscura pele compacta,
sussurrando nas artérias,
murmurando contra os ossos.
Pára, sangue, de correr
sobre a fria terra morta.
Não, corras, leite, no chão,
sangue inocente no vale,
beleza humana entre a erva,
oiro de heróis na colina,
bate surdo nos pulmões,
desce, desce fundamente
aos órgãos vivos do corpo.
Não és rio que se escoe,
nem calmo lago parado,
nem fonte que brote assim,
Nem barca velha com rombos.


in "O Bebedor Nocturno" de Herberto Helder (poemas mudados para português)
 
 
 

 

quarta-feira, janeiro 09, 2013

O que eu acho do Sporting - 2.

O Sá Pinto era uma espécie de Jaime Pacheco com fato e gravata - ao berro pô-los a marchar - e assim não foi dado tempo a Domingos de construir uma equipa. Quando Sá Pinto perdeu com a Académica o seu destino devia ter sido traçado - mas as claques não deixaram. A venda de Matias deixou um vazio que Adrien, um sub-João Moutinho, não soube preencher. Adrien é um oito, não um dez. Só que oitos o Sporting tem/tinha vários - André Martins, Elias, André Santos... dez, nenhum! Uma equipa cuja filosofia-vamos-ajudar-o-Liedson foi durante anos o envolvimento em carrossel, viu-se arrumada para um jogo de extremos sem meio-campo que se aproveitasse e com um avançado - outro - baixinho e - também, também - irregular. Se aos médios defensivos era pedido trabalho mais alto, a defesa ressentia-se, a defesa que desde que Beto saiu - nunca mais foi estável. Saiu Onyewu porquê? Daniel Carriço é capitão do banco? Como pode? Que manta de retalhos! Hoje por hoje é impossível decidir quem serve e quem deve ficar. Primeiro, quase ninguém quer ficar. Segundo há lugares por preencher e lugares sobrelotados! Terceiro, houve gente que ora rendeu ora não rendeu ora voltou a render...
Soluções? O quarto melhor plantel de Portugal - sim, porque o do Braga é bem melhor... - tem de conseguir chegar a quinto ou sexto... Falta um dez, falta uma combinação defensiva vencedora. E não vendam o Rui Patrício, senão bem podem mudar o nome ao clube de tão descaracterizado!
Jesualdo? Havia alternativa?

O que eu acho do Sporting.

Sou do Sporting desde os meus cinco anos de idade. Em Ovar na minha infância só havia gente do Sporting e do Benfica, os clubes que naquele tempo ganhavam. Conheci o 1º puto do Porto aos onze, o meu amigo Xico Pinho. A primeira grande equipa de futebol portuguesa foi do Sporting nos anos cinquenta, com Peyroteu e os Cinco Violinos. Nos anos setenta e oitenta conheci equipas menos boas a representar o Sporting. Foi no tempo em que, depois de um sr. João Rocha achar que "o clube sou eu", não havia rumo para contrapor à teimosia benfiquista e ao subir progressivo do poderio portista. Dois campeonatos e uma coisa chamada a sorte do futebol serviram para amenizar a coisa. Outra amenização foi o desenvolver da melhor escola de futebol do país - e das melhores da Europa. O dois campeonatos nasceram em circunstâncias especiais astrológicas mas nenhum deles baseado exclusivamente ou predominantemente em jogadores da escola: lembremos o famoso equívoco que foi o ano Carlos Queirós. O 1º título, conseguido com Augusto Inácio, era Vidigal + 10, onde pontificava a surpresa Acosta. O 2º título nasce com a contratação surpresa de Mário Jardel em Janeiro para substituir um avançado compatriota de Boloni que se tinha lesionado. João Pinto a centrar e o resto foi história. Entretanto... o Benfica, depois de um ano desastroso em que ficou em sétimo ou oitavo, apanhou o comboio Vieira e começou a engrossar o discurso e os cofres. Por outro lado, o Porto teve a sequência Mourinho-Jesualdo-Vilas Boas e grandes jogadores a acompanhar. Progressivamente e com a lei Bosman a mandar os plantéis de Porto e Benfica foram ficando bem + caros (ie, melhores) que o do Sporting, e este, apesar da arte 1º de Peseiro e depois de Paulo Bento (e até antes de Fernando Santos), foi jogando eternamente para o segundo lugar. O futuro do Sporting começou a desenhar-se num certo e determinado golo de Luisão...
As equipas de Paulo Bento foram cada vez + Escola & Liedson & jogadores novos em rodagem para a Europa. O Sporting começou a ser visto não como uma equipa que pode ganhar títulos mas sim como um plantel para optimizar e vender jogadores novos e apetecíveis para os grandes da Europa. Ronaldo, Simão Sabrosa, Quaresma, Nani... o Sporting foi municiando a Europa com extremos de qualidade. E também médios como Miguel Veloso e... João Moutinho, infelizmente este rumando ao Porto. Porto que é Europa, como quando teve um campeonato oferecido por um regressado Quaresma, ou, indo ao Benfica, quando este viveu alguns anos de Simão Sabrosa, também regressado do Barcelona. No léxico a palavra possível deixou de ser "Campeão" e passou a ser "Formação" ou, pior ainda, "Rotação"! Um Paulo Bento exausto, sózinho e sem armas para combater este lento deslizar para a irrelevância - uma equipa é tão mais importante quanto os seus jogadores nela querem ficar, não sair - deu lugar a um purgatório que desembocou em Godinho Lopes.
Ora o que pretendeu fazer a equipa de Godinho Lopes? Na prática amplificar a lógica da plataforma giratória de jogadores, agora indo buscar uma dezena de promessas estrangeiras pertencendo mais a fundos de jogadores do que ao clube propriamente dito, que após um dois anos de "dar-nas-vistas" seriam revendidos por quatro vezes o preço de custo. Isto aplicava-se a Capel, Carrillo, Jeffren, Labiad, Pranic, Viola, Volfswinkel, Elias, etc. Povo que nunca provara a camisola do Sporting. Daqui nasceria um campeonato, a promessa expressa alto e bom som por Godinho Lopes? A chave do castelo foi entregue a Domingos Paciência. Só que o castelo não tinha meio-campo, vendido Matias Fernandez... e uma dúzia de rapazes cheios de ilusões não fazem uma equipa...
Passado um ano, e vendido o capitão da equipa por 750mil euros ao... Reading, quo vadis Sporting? Hoje o Sporting é um cemitério de jogadores, onde ninguém quer jogar- e veja-se como o Sporting "enterrou" o Vukcevic, premonitoriamente... Dificilmente vai à Europa, joga como se uma equipa de meninos se tratasse, arrisca-se a piorar a sua pior classificação de sempre no campeonato português - que, sim, é - já aconteceu... - um nono lugar... - e está condenado a levar anos até conseguir outra vez aproximar-se do nível competitivo de Benfica e Porto.

sexta-feira, janeiro 04, 2013

1631 - 2.

Eu guardo.

Este país está morto.

2013.

Hummm...

Praia de Esmoriz.



Desert song.

Um dia na Alfândega.

O rio.

Conversa.

Stop.

Depois as Sereias!

1631 - 1

A chamada cópia razoável.
"(...) do que (...) é meu."

Toirões.

Juventude em marcha.

Pequena mas festa...

Passive - Agressive.

Not sound.

Life is noise, not sound, beware.

Rejoice. But

Be careful when leaving ground.