quarta-feira, setembro 04, 2013

Sempre houve Lisboa, n'est ce pas?

Percebido de dias anteriores que o mar à volta de Setúbal estava "tomado" e "domado" por um outro mar mas este de gente, decidi para o terceiro dia de umas curtas férias apontar a Lisboa. Primeiro tentou-se a exposição de Joana Vasconcelos no PN da Ajuda. Surpreendido com o pouco movimento só depois de estacionar me apercebi que a exposição estava fechada. Meditabundo (palavra gira), reencaminhei a nossa expedição para o Jardim Botânico da Ajuda, pouco abaixo. Um elegante parque na encosta da colina quase extra-muros onde, por ilusão de segurança, os reis tinham decidido construir um palácio depois do terramoto, palácio que nunca foi terminado. As paredes por acabar, as janelas cegas, vêem-se do Jardim Botânico. Num dos lados um restaurante - Estufa Real - onde o senhor simpático e obeso que nos vendeu as entradas mencionou ter "o José Sócrates" organizado baptizados e/ou comunhões de "vários" filhos. Mencionei desconhecer ter o ex-primeiro-ministro descendentes directos, ficámos pela expressão "sobrinhos". Uma forma de a minha aperceber-se das dimensões de Lisboa, para além da entrada pela Ponte sobre o Tejo, é - e foi - o calmo fazer do caminho marginal desde a Ajuda até ao Parque das Nações. Os objectivos eram dois: CC Vasco da Gama e Oceanário. Embora com um fluido trânsito de Agosto a coisa fez-se demorar. Conseguimos almoçar sentados no Mac do Vasco da Gama, algo só possível devido à persistência e faro da Cata. O Vasco da Gama é o CC mais giro que eu conheço por cá, e ainda tem aquela coisa gira da água a escorrer por cima, apesar da crise. Depois fomos ao Oceanário. Nós e dezenas de "aveques". Isto da "Gaiola Dourada" ser um êxito e tal não impede que o françuguismo disseminado e as placagens e as carga para-além-do-ombro com o objectivo imediato de melhor ver o peixe e fotografá-lo e filmá-lo e aterrorizá-lo tornaram a visita ao aquariozinho um pouco menos do que habitualmente é: memorável. Um PS: parem de alimentar aquele tubarão ali, porque ele já quase não cabe, certo?
Retornámos à baixa e triangulámos as praças de referência, Figueira, Rossio, Restauradores. Tentei resistir a entrar no Hard-Rock Café e na tentativa acabei por esbarrar nele - fica no antigo Condes... e entrámos. Consegui lanchar e não ficar para jantar. A empresa Hard-Rock Café pertence a uma tribo índia, os Seminole da Florida, inc.,  especialistas em diversão e jogo. São riquíssimos. Eu e a minha filha discutimos demoradamente sobre se seriam originais ou cópias os instrumentos musicais e as peças de vestuário expostas nas paredes. Parece que ela tem razão. Ouvi Prince e U2 e Bruce bastante alto. Não foi mau, fomos depois comprar pin's e a miúda da loja era muito simpática. Voltámos a Setúbal e, para fugir da má comida fomos ao Portugália que fica junto ao cais dos Ferrys. Nunca comi bem nos Portugália do Porto. Em Setúbal comemos. O bife de hamburger da minha filha estava supino. Uma surpresa que se adicionou ao facto de que nesse dia também dormimos bem: estávamos de férias, certo?