sábado, janeiro 29, 2011

Jill Scott





Gettin' Old By The Hour...

Respondo aqui a uma (não) questão que me foi colocada num destes dias ao almoço.

Não é raro que se afirme - quando já não novo mas ainda não demasiado velho - o desejo de não envelhecer dependente, o corpo alterado e perdido, a imagem própria irremediavelmente estragada, a vida um peso, um fardo, um pesadelo. Às vezes, mas nem sempre, aqui alguém faz a ressalva devida a como vamos estando da cabecinha, cognitivamente.
Ora acontece que quem promete mundos e fundos de "eu não quero, atirem-me da ponte abaixo...", logo ali quando está imerso no poço do fim da linha, fraldário tomado e dezenas de medicações ao lado para... nada, esse mesmo acaba por se agarrar ao mais ténue fio de vida, fina linha de atar, e não desata, e não despega.
Bom, aproveitando o ensejo e antes que o saber me escorregue e se perca, digo aqui bem alto que para isto a solução não tenho nem sei, posto que tudo aponta que a essa encruzilhada hei-de chegar, peso pesado dos anos a afirmar-se em cima de uma qualquer dessas doenças que, dizem, debilita. Não sei mas buscarei saber.
Eu acho que tudo passará pelo olhar, é uma hipótese que a mim mesmo me coloco. Quando em meus olhos não mais esteja a pedra que chispa e, feita chama, funde um que outro momento, que me seja permitido declará-los encerrados, fechados, e depois aconteça o enterro dos mesmos olhos, mais corpo anexo, das ideias que valem então já há muito abandonado. Espero que se o gesto de encerrar me seja, pelo débil que esteja, impossível, a amizade de alguém permita uma ajudinha.
Porque onde não há calor não há vida que valha a pena ser vivida.

segunda-feira, janeiro 24, 2011

E sim...

o estúpido-de-merda sou eu...

sexta-feira, janeiro 21, 2011

NDB.

Today was just another Bonnie Raitt day...

(Bonnie Lynn Raitt (born November 8, 1949) is an American blues singer-songwriter, born in Burbank, California. During the 1970s, Raitt released a series of acclaimed roots-influenced albums which incorporated elements of blues, rock, folk and country, but she is perhaps best known for her more commercially accessible recordings in the 1990s including "Nick of Time", "Something to Talk About", "Love Sneakin' Up on You", and the slow ballad "I Can't Make You Love Me". Raitt has received nine Grammy Awards in her career and is a lifelong political activist.)

quarta-feira, janeiro 19, 2011

O assassinato de Carlos Castro.

Tarde mas, espero, que não se entenda a más horas, vou "pescar" ao blogue Da Literatura dois textos para nos entendermos e colocar bem dito o que penso sobre esta triste morte. Um, dois.
Mal está um país que se especializou em produzir Renatos...

NDB.

Agradecia que determinado rapaz que está lá fora pare de receber mensagens.

domingo, janeiro 16, 2011

NDB.

Os pórticos das novas portagens não têm querido nada comigo. Ora quando vou a Alfena - onde tenho conhecimentos e negócios - ora quando vou a Ovar e me distraio no caminho decidido - porque ali reside a família e as razões de eu ser como sou, o que às vezes me distrai no regresso - talvez pela velocidade decidida ou por outra razão que desconheço, a cobrança não acontece.
Não sou mais do que um plebeu transparente.

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Ou pode ser também que a cobrança ainda esteja por acontecer.

Notícias do Bloqueio.

If there's no free lunch, is there any free dinning?

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O tempo podia parar. Ou então avançar depressa...

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No patients, no music. Now what? Get new patients, get a new sound...

Who knows, maybe tomorrow will be a...

E uma mega homenagem ao velho e perdido Julian Cope...





The Creatures - 1981

Janeiro, 1ºs quinze dias (because time runs...).

Images do repeat...

No, not this simple...

E subia o mar...

E cá estamos...

Não dá p'ra mais...

   "The friend I had was a passionate friend..."

Estava só a passar por ali...

E as forças do submundo....

Now you see her, now you don't...

Curioso alinhamento, relação com significado, you name it!

Olá...

The 'G' comes before the 'F'!

sábado, janeiro 08, 2011

Reis.

Quando tomei hoje de manhã banho reparei na tatuagem que tinha no antebraço, calcada pelo meu sobrinho de cinco anos, nome Gabriel. Uma pequenina roda do leme. Uma daquelas tatuagens que facilmente se apagam...

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Passei duas noites no Hotel Avenida. Entrei a falar castelhano. Contestaram-me em galego. O quarto, correcto, ainda cheirava a tabaco.

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Antes de ir apanhar os meus cunhados ao hotel dia seis de manhã, fiz a corda norte da península corunhesa, o mar imenso, até ver as obras do porto exterior ao fundo, a torre de Hércules nas costas. Esta Coruña pode afinal ser minha, não reside ali praticamente nenhuma memória.

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Peço desculpa a esta cidade - Coruña -  e às suas livrarias, Nos, Arenas, Nueva Colón, comprei dois livros na FNAC da praza de Lugo, como foi possível...

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Estive quase a ter umas calças novas...

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Jantei a seis com uma amiga. Jantei eu. Ela contestou a nova lei anti-tabaco espanhola: "ahora me huele a tabaco siempre por las calles, ya no puedo pasear..."

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Ofereceram-me determinado livro de G G Marquez. Aproveito para esclarecer que nunca fiz nenhuma puta nem triste nem feliz...

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Ofereceram-me ainda uma espécie de mind-game. Acho que já lhe apanhei o truque. Antes assim não fôssemos...

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A mesma minha amiga escreveu e oralizou-me toda uma redacção a descrever o "meu lado feminino". Depois derivou para a reencarnação e o xamanismo. Não se pode acertar em tudo...

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Até auscultei não a opinião mas os pulmões de alguém. Não gostei do que ouvi.

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Em Santa Cruz a maré estava subida. Sempre entretem...

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O voltar a fumar - de vez em quando - não tinha que ser um meu exclusivo, certo?

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Deixei por perguntar uma coisa. Lembro-me de, há uns anos, em Figueres, ter entrevisto um poema em castelhano, que eu atribui a Borges, e que falava de como é - a vida? o amor? já esqueci - tentar, e tentar, e tentar. Lindíssimo era o poema, nada parecido com esta minha cacofonia. Estava numa folha A4 e pendurado numa espécie de escritório teu, Pere. Tenho corrido a obra de Borges à procura do poema e nunca encontrei. Terei sonhado? Não seria Borges mas, por ex., Neruda? A mensagem outra? E tu, que ficaste? E eu, que, definitivamente, saí? Para quem serviu, serve, servirá esse poema?

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Bom, bom mesmo, o tempo que passei depois em Lugo.

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E estar hoje aqui, nesta hoje minha cidade do Porto. Segunda-feira voltamos ao trabalho.

Patricia.

Apesar de ainda não ter tido coragem para comprar a biografia de Clarice Lispector, eis que aparece-me pela frente a de Patricia Highsmith...

terça-feira, janeiro 04, 2011

Sempre Útil...

"Montfleury: Sir, I will not allow you to insult me in this manner.

Cyrano de Bergerac: Really? In what manner would you prefer?"

Edmond de Ronstand, Cyrano de Bergerac


(courtesy of a Facebook friend.)

Dezembro 2010

"pericolo di infortunio".

outono portucalense.


pequeno almoço gourmet.

O correio que chegou ontem/hoje.

Ontem/hoje fui ver o correio, era tarde mas não "demasiado", e cito. Fui ver o correio como gesto automático em quem não sabe o que mais há de fazer para se esquecer que é um rapaz. Um rapaz, um rapaz, um rapaz. Sim, é verdade, como engano: sou... um rapaz, ainda ontem me levantaram pelos pés e vá de arrear, chora, menino, assim se comprova, estás vivo.
Pois este rapaz, como se fosse sonâmbulo e às arrecuas, abriu a caixa do correio onde, uma, duas, três, quatro cartas eram para ele, eram para mim.
Só para mim. Isto deve querer dizer alguma coisa.

domingo, janeiro 02, 2011

Leit...

Saramago no leituras...

The American (2010)



Ser George Clooney permite algumas situações de excepção. Em “The American”, um thriller americano atípico e demorado onde os carros não correm atrás uns dos outros e a acção, discreta, ocorre nos Abruzos italianos, tipo Beira Alta entre Seia e Gouveia, Clooney contracena com  a explosiva Violante Placido, filha de Michele Placido, o actor de “O Polvo”. Violante é Clara, uma prostituta, e representa 50% do cartaz turístico que este filme também é, como qualquer filme americano rodado na Europa. Os outros 50% dividem-se pelas montanhas e pela aldeia de Castel del Monte. Admirar a paisagem dos Abbruzos permite lavar ainda mais os olhos que já lavadinhos estão por Violante/Clara.

Quem é Clooney/Jack? É um homem que mata. Ao fim de cinco minutos de filme já matou três, e este filme tem o mérito de não enveredar pelo assassinato de minorias. Clooney mata a namorada e dois homens, sueca ela e suecos eles. A namorada é um by stander a quem ele dá um tiro na nuca, just in case. Well, so, what about it? Relocated to Italy, é-lhe recomendado ”não fazer amizades”, o que me parece sensato.

Cloney consegue construir adequadamente este personagem, ice cold outside, cold steam in the inside. É perceptível também que está um pouco farto. Enfim, matar a namorada não pode ter sido fácil, embora ela se tivesse posto a jeito para o dito tiro, isto é, de costas… e pelo que me lembro, o seu rabo não era… enfim… Clooney não devia aproximar-se de ninguém mas "achega-se" a Clara/Violante, uma prostituta duma terrinha ao lado, que ele elege para desafogo semanal. Talk about the kiss of death… Pelos vistos, no século XXI, o sonho de qualquer prostituta italiana é ainda que apareça um qualquer americano que a leve. Assim Clara/Violante.

Não gostei muito deste filme, bem filmado, bem demorado a contar a sua história, mas que afinal acaba exausto e pequenino, sem se conseguir desdobrar em algo mais do que uma promessa de boa história que acaba por não acontecer. Clooney acaba mal e, na verdade, em nenhum momento me pareceu que merecesse outra coisa. Clara é demasiado cromo para eu me preocupar verdadeiramente com o seu futuro. Gostaria de ter conhecido melhor a outra killer do filme, Mathilde/Tekla Reuten, uma holandesa filha de mãe italiana.

Consta que o modelo para este filme era os filmes de Alain Delon. Não sei se nos filmes de Alain Delon – que, confesso, nunca vi por completo – surge aquilo que me parece o mais interessante deste filme falhado: a relação próxima, irmã, entre o amor, ou melhor, a paixão, ou, apontando ao centro, o sexo, e a morte ou o impulso homicida, o uso de armas para matar o próximo, e o seguinte, e o a seguir. Lembro que o orgasmo é “la petite mort”… Clooney vive da morte e do homicídio. Cansa-se de ambos nos braços de Clara (que eufemismo, isto dos braços e tal…). Na prática tenta a sua transferência de médio defensivo homicida para avançado centro amoroso. Transição mais difícil não existe, embora à distância aparente de um telefonema. Questões sobre o futuro de uma relação entre uma prostituta e um homicida não são para aqui chamadas. Clooney usa duas tatuagens, uma delas uma borboleta no dorso. Parece aliás ser entendido em borboletas, e ambas as mulheres de que falo chamam-lhe, em diferente tom/intenção, “Sr. Borboleta”. Uma borboleta há no filme que é dita “em perigo de extinção”. Clooney tenta evitar a sua própria extinção e não consegue. How human, how… not Clooney!

P.S.: o realizador Anton Corbijn é holandês é fotógrafo, realizador de videoclips, e fez "Control", em 2007, sobre Ian Curtis. Não chega.