segunda-feira, março 30, 2009

If

Etiquetas:

Europeias e Europeus


Ora cá temos o Avô Cantigas...

Etiquetas:

quinta-feira, março 26, 2009

Fecho

Concedo ser
Cascalho, ou ainda
Menos.

Mas, se
Pisado, só
Por Deuses.

Etiquetas:

Verónica em Idanha

A menina de branco
É o cordeiro sacrificial
De mais uma Primavera
E todos os anos há
Esta desilusão de não
Haver um vulcão
Nos campos de Idanha que
A possa receber.

Etiquetas:

Entre Monfortinho e Zebreira

Chove, chove.
Se chove em Monsanto
Também chove aqui.

Prevejo um futuro
Selvagem.
À minha volta campos
De tiro: animais criados.

Tempo de mudar ao monte
O nome.

Etiquetas:

A. M. Pires Cabral

ARADO

I

A mecânica do arado é rudimentar,
clarividente e sóbria. Nada tem
em demasia: o que a função requer
e nada mais.

No perfil eficiente do arado
há qualquer coisa de navalha, qualquer coisa
de falo em riste, em transe de fecundar.

De facto, noutros tempos,
era o arado que rasgava a terra,
fazia dela um ventre aconchegado -
cenário certo para o deflagrar da vida
que vai dentro das sementes.

Isto foi no tempo em que havia agricultura
nos gestos quotidianos dos homens
e das mulheres.


in "Arado", Livros Cotovia, 2009

Etiquetas: ,

segunda-feira, março 23, 2009

Pedro Silva


Este não quer sair do Sporting - aliás acha que tem muita sorte em cá estar..., dá o litro em todas as partidas que joga, esforça-se para que a bola chegue lá à frente sem se meter a pensar demasiado, etc. Para mim é um herói. Vale mais um Pedro Silva sentado no banco que dez Miguéis Velosos a (não) saltar no relvado. E depois, quando um árbitro vem a público assumir que um penalti que decidiu um jogo - e um taça qq. tão mas tão festejada pelos vermelhitos - não foi, o que pode acontecer? Parece que nada.

Etiquetas:

Gonçalo M Tavares

...no Leituras.

Etiquetas:

terça-feira, março 17, 2009

Vocação

“Eu tenho só uma, que é escrever. Usar a palavra, dar-lhe vida, confiar nela para que nela vejam verdades poderosas, como a de sermos destinados a coisas maravilhosas”.

Agustina Bessa-Luis, in Dicionário Imperfeito, Guimarães Ed.

Etiquetas: ,

sexta-feira, março 13, 2009

A minha contribuição para o Plano Nacional de Leitura


Ontem foi dia grande para o Plano Nacional de Leitura deste país, eu e a minha filha fizemos uma leitura conjunta em plena aula de Português de um obscuro 5º ano neste país de subúrbios remediados.
Antes de mim outro pai se dispôs ao mesmo “papelinho”, como antes se dizia. Tratava-se do delegado dos pais da turma em questão, eu mal o conhecia, defeito meu. Um pouco conversámos, agradeci-lhe um email informativo, era o mínimo. Depois entrámos, cumprimentei a minha filha pondo-lhe a língua de fora, recebi igual resposta, dizem portanto que se parece comigo. A Boavista é um sítio onde muita gente tem vários compromissos, e costuma ser “às seis”, assim o outro pai - que me pediu para ler primeiro. Obrigado. A leitura foi de um conto dos irmãos Grimm, chamado julgo “O Arrependimento”. Não dos meus conhecidos, e não ficou a ser dos meus favoritos. Parece porém que a colectânea pertence ao tal Plano Nacional de Leitura, olaré. O conto em questão metia a Virgem Maria, idas e vindas entre o céu e a terra, e tudo girava à volta dos perigosos pecados da curiosidade, da mentira e do orgulho, génese de todos os males que esta Terra afligem, e neste conto quase levavam uma menina literalmente… à fogueira, ora nem mais. Este pai meu antecessor, que fez uma leitura também em conjunto com o filho mas onde 96,43% das falas eram suas, abriu no fim da prelecção um pequeno espaço de debate que infelizmente as crianças não aproveitaram – afinal estas crianças de hoje com dez, onze anos, ainda se assustam com a perspectiva de uma criança ser queimada viva.
Depois nós. Pois. A minha filha escolhera o 2º acto da peça “A Asa e a Casa” da Teresa Rita Lopes, que tínhamos visto representada pela Pé de Vento há pr’aí dois anos – mas ela lembrava-se bem. O texto não tinha propriamente moral nenhuma e eu matreiramente apenas assegurava para aí 60-65% da posse de bola, ou não fosse eu um bonecreiro a tentar puerilmente seduzir uma rapariga vendedeira de bolos. Aqui também sobrevoavam pecados mas parece-me que mais veniais: o riso, a poesia, as artes teatrais. No fim não abri espaço para discussão nenhuma, o professor de Português, um rapaz de mangas arregaçadas com aspecto mais de Trabalhos Manuais, queria era mesmo começar a aula. Ao descer as escadas cumprimentei o meu parceiro de leitura dizendo que os dois textos lidos de alguma forma tinham sido complementares… Eu acho que ele compreendeu a ironia.

Etiquetas: ,

domingo, março 08, 2009

El Nudo

Enquanto nas galegas tudo foi simples, nas Eleições Bascas a coisa complicou-se. O campo não-nacionalista tem por 1ª vez, julgo, a maioria da câmara. Mas... meus senhores, o PSOE vai-se aliar ao PP em Euskadi? Curiosamente nasce esta nova ideologia, repito, o "não-nacionalismo" e logo em Euskadi. Que diferentes os socialistas bascos dos catalães. Que diferente a realidade basca da realidade catalã, da realidade galega... Espanha como a Suiça é um país quatrilíngue, só que treze vezes maior, e vive uma confusão diferente da confusão helvética, bancário-populista...
Ou me engano muito ou Rajoy ainda vai governar em Espanha.

Etiquetas:

Feijoo ou era uma vez um Touriño.

Nas recentes eleições galegas, o PP pela mão de Feijoo voltou ao poder. Touriño durou o que durou, sendo o seu carisma metros inferior ao "Torico" que domina o centro de Teruel, para quem não sabe uma estátua de apenas alguns decímetros... Assim como "there's no free lunch", o raciocínio comunista dos amanhãs que cantam acabou mais uma vez por caçar os nacionalistas galegos que acharam que o seu crescimento era uma inevitabilidade da natureza. Mas não. E agora?

Etiquetas:

Espinho, pequena cidade.

Espinho é apenas uma pequena cidade do litoral português, não consigo portanto perceber como lá coube o grandioso congresso do Partido-anteriormente-conhecido-como-Socialista.

Etiquetas:

Mais Herberto Helder

(...)
"Deus tem uma cabeça demasiado pesada, ocupa totalmente o alforge do pão. Crê-se mesmo ser abusivo um toque no ombro com vista a um momentâneo desvio da carga. Deus dorme, dorme de um sono pesadíssimo, e por isso pesa tanto aquela cabeça. Às vezes pretendemos acordá-la para que se faça mais leve. Tudo morreu em nós menos exactamente a morte das coisas divinas."
(...)

in Photomaton & Vox, 4ª ed., 2006, Ass.&Alvim.

Etiquetas: ,

Mais

Leituras: Pamuk e Ilse Pollack

Etiquetas:

2009 - Março.

E chegamos ao tempo em que realmente já está tudo dito.