quarta-feira, novembro 26, 2008

Base

Recebi recentemente um mail (não por engano, melhor seria...) onde by the way era definido o kit básico de maquilhagem feminina como sendo: "creme hidratante, base, sombras, rímel, lápis, baton e blush".
Como "utente" venho aqui referir a minha preferência pela sub-maquilhagem, e passo a explicar dado a dado.
Primeiro: um creme hidratante não pertence a uma maquilhagem, pertence às noções que também serão básicas de cuidado com o corpo. Uma pele se seca precisa de ser hidratada e pronto! Uma alternativa é a hidratação à base de língua. Segundo: a base, ou como uma amiga minha dizia "o estuque", serve para "aperfeiçoar", "arredondar", "idealizar" a pele de uma face onde se assume que já passaram mais uns quantos verões do que o desejado pela possuidora da mesma (face). As irregularidades, as rugas, as discromias, que fazer com elas? A base é, foi-me dito, fundamental onde por exemplo se compete profissionalmente com a data de nascimento afixada num cartão dia-a-dia. A base é afinal uma base de trabalho. Lamento, lamento, não discuto. Aceito o terrível uso profissional da mesma. Estranharia a sua presença na intimidade, e portanto consideraria a sua detecção uma má base... de diálogo. O tempo é uma vantagem que não se pode nem deve oculatr: quer apenas dizer que estou aqui mas não esquecer que antes já estive noutros lados de outros por ex. leitos. Terceiro: as sombras. Aqui perco-me nos comentários. Para que raio serve esta merda? Que desperdício de uma palavra! Quarto: o rímel. Tenho ideia de ser algo que se acumula nas pestanas. Para quê? E isso não vai atingir níveis tóxicos tecidulares e provocar a médio-prazo uma hecatombe levando à extinção natural do muro arbóreo que naturalmente deve guardar o rio dos olhos? Quinto: lápis. Para aprofundar os olhos. Quando esta característica deve existir em moderadas quantidades e variando ao longo dos dias. Os olhos podem - nem sempre conseguem, mas eis mais um dado a favor de alguma transparência... - tornar-se mais superficiais ou ganhar profundezas em segundos, eu vi, as pernas aí tremeram, sem lápis, sem uma palavra, sem texto decorado. O lápis servirá para sublinhar pelo próprio autor uma frase ou um capítulo que se queria realçar perante, eis mais uma desonestidade. O baton, que é o item seis. Concedo que é este adereço item incontornável nestas lides. Tenho um catálogo completo imagiológico de batons mal escolhidos. Outra: uma coisa que definirá uns lábios se fôr para lá chegar é o seu sabor, nascido da transição que o é entre a pele e uma mucosa, e mais não afirmo. Finos ou cheios, acompanham no seu desenho uma maneira de ser mas insisto, prová-los implica alguma nudez, que um baton habitualmente não é. Em situações emergentes vemo-nos portanto obrigados primeiro a comer o dito cujo e só depois a provar... o que pode dificultar escolhas, opções. Finalmente o blush, o número sete. Eu sei que andar a beliscar as maçãs do rosto (lembram-se deste chamar em desuso?)é até algo doloroso, mas também sei que a uniformidade da cor implica obrigatoriamente a linha isoeléctrica no que diz respeito aos estados de alma. Eu sei, o sexo não tem alma, dizem. Ou terá?
Dizem que a mulher é artifício. Eu quero (para mim) que a mulher seja sobretudo fogo.

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terça-feira, novembro 25, 2008

Lido

Doris Lessing e António Gancho, na esquina do costume.

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segunda-feira, novembro 24, 2008

MAP sobre o BPN e não só

Manuel António Pina acerta na mouche neste pequeno e fino comentário. Acerta, aliás, em vários alvos ao mesmo tempo...

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quarta-feira, novembro 19, 2008

Dias Loureiro, por ex. (ou Oliveira e Costa)

"Hoje, é público: os berlindes já não existem: desapareceram. Mas não foram uns berlindes quaisquer, não. Foram os berlindes do Paulo, da Maria e do Luís. Exactamente os deles.
Os do Júlio (Finório), do Carlos (Vigário) e do Rodrigo (Fuinha), esses, nunca se perderam porque, simplesmente e à cautela, nunca estiveram em jogo.
Agora estuda-se um remedeio: Os inteligentes do costume dizem que o Júlio, o Carlos e o Rodrigo têm de continuar com o seu produtivo trabalho e, para isso, vão ter novos berlindes para jogar, novinhos em folha, disponibilizados pelo Berlindão.(...)
Que diabo!... Ninguém perde assim tantos berlindes, a não ser que seja um trafulha, um burro, um irresponsável ou, simplesmente, um “mãos de aranha”.
O silêncio sorridente dos jogadores não é, ainda, uma confissão. Mas terá de sê-la.
- Ó Júlio, deixa-te de merdas, onde estão os meus berlindes?"
por Nelson Ferraz in Gondomar Económico,ed. Nov 2008

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terça-feira, novembro 18, 2008

Última Declaración de Amor

Oh Vida,
que todo me lo has dado.
Ahora ya sé, que siendo esto verdad,
nada me has dado.
Mas déjame mirarte aún con amor,
aunque no tenga ya deseos de abrazarte.
Y aunque sepas que yo no te abandono
puedes tú abandonarme.


de Francisco Brines, in La Última Costa, 1995

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But with grace he said farewell...

Porém o discurso de concessão de vitória de John McCain ficará sem dúvida para a história da América, como se a vitória de Obama acabasse por ser também um pouco sua. O 4/11 nunca será completamente contado sem uma referência a este discurso (ver vídeo).

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The End of McCain


"Tyrants and génocidaires would sleep less soundly during a McCain presidency. And yet it is impossible any longer to ignore the contradiction between the nobility of his past and the ignobility of his present. He is abstracted, dispersed, out of focus, Stockdalesque, mentally undone. Often he sounds simply unintelligent. I would be more affected by his championing of soldiers and veterans if it were not also the championing of people like himself: solipsism is a common effect of solidarity, and McCain's sense of reality seems to be narrowing. The financial crisis harshly exposed these limitations: it made McCain more dogmatic and more doctrinaire, with his wild refrain about tax cuts and his unmaverick-like refusal to examine his party's cult of corporations. His economics refuted his compassion. McCain feels with his heart, but he thinks with his base. And when he picked Sarah Palin, he told the United States of America to go fuck itself."
escrito por Leon Wieseltier no New Republic a 5/11.

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segunda-feira, novembro 17, 2008

Então de quem é a culpa?

Uma visão alternativa...

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quinta-feira, novembro 13, 2008

In Comics I Trust

"I'm not neutral. Who say's I'm neutral? I'm conflicted."

iin Batman: The Dark Knight Returns de Frank Miller

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A voar vejo um animal de médio porte, cor-de-rosa, arredondado, rabinho em espiral...


"Manuel Sebastião, actual presidente da Autoridade da Concorrência (AdC), era administrador do Banco de Portugal quando intermediou, em nome do ministro Manuel Pinho, um prédio que estava ligado ao Banco Espírito Santo. À data da transacção, em Novembro de 2004, Manuel Pinho era administrador do BES e da própria ESAF, a empresa do grupo Espírito Santo responsável pela gestão de fundos de investimento.
Os documentos oficiais da transacção, realizada em Novembro de 2004, revelam que o edifício sito na Rua de Saraiva Carvalho em Lisboa era propriedade da Fungere-Fundo de Gestão de Património Imobiliário, por sua vez administrada, gerida e representada pela Gesfimo-Espírito Santo Irmãos, Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, dependentes da ESAF. Foi à Gesfimo que Manuel Sebastião comprou o edifício em nome de Manuel Pinho, tendo para o efeito uma procuração passada por este 25 dias antes no Consulado Geral de Portugal em Nova Iorque, onde vivia temporariamente.
A Gesfimo vendeu o edifício com jardim por 789.796,60 euros, tendo sido pagos na escritura de compra e venda 10 por cento do total. Manuel Sebastião veio, por sua vez, a adquirir um apartamento no prédio entretanto reconstruído, embora ainda não tenha feito qualquer contrato nem esteja agendado fazê-lo, assegura.
Manuel Sebastião declarou publicamente que a fracção lhe custa 500 mil euros, dos quais já pagou 300 mil a título de "adiantamentos por conta".
Face à sua intervenção num negócio com uma entidade (BES) directamente supervisionada pela instituição da qual era administrador (Banco de Portugal) e a partir do qual iria adquirir também um apartamento, Manuel Sebastião diz não encontrar conflito de interesses. Em resposta ao PÚBLICO, o actual presidente da Autoridade da Concorrência diz que "nada negociou, tendo-se limitado a emitir a declaração de compra da sociedade Pilarjardim [detida por Manuel Pinho]. O preço e as condições de compra foram fixadas pela sociedade compradora e apenas por ela".
Questionado sobre os assuntos relativos ao BES que teve em mãos enquanto administrador do Banco de Portugal ou que votou em conselho, Manuel Sebastião remete para as actas do banco central, mas admite que "entre os muitos assuntos em cuja decisão participou, enquanto administrador do Banco de Portugal, houve certamente assuntos relacionados com o Grupo Espírito Santo".
O Banco de Portugal recusa-se, no entanto, a responder alegando que "a situação em causa nunca foi do conhecimento do conselho de administração".
O código de conduta do Banco de Portugal estabelece que "existe conflito de interesses sempre que os trabalhadores tenham um interesse pessoal ou privado em determinada matéria que possa influenciar, ou aparentar influenciar, o desempenho imparcial e objectivo das suas funções", com vantagem para o próprio, familiares, amigos e conhecidos."

exérese do Público de 12/11.

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quarta-feira, novembro 12, 2008

JMFJ e Ursula...

Ursula K. Le Guin e João Miguel Fernandes Jorge no Leituras... vejam lá que mix!

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Ó Gomes...


É a tua filha? Então parabéns!

P.S: modelo australiana a viver em NYC, 23 anos de i., pai português, mãe de Singapura. Great mix!

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Na Net

" Isto das Taças está jeitoso. Em Inglaterra o Chelsea é afastado pelo modesto Burnley, Espanha segue a tendência com o Real Madrid a ser afastado pelo Irún e o Villareal a ser afastado pelo Poli Ejido, e em Portugal o Sporting é afastado pelo Porto."

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Helicopter

"It is recommended that in remote or rural areas helicopter transfer should be considered in order to improve access to treatment."
AcabOU agora mesmo de ler isto um amigo meu médico, vão chamar o presidente do INEM ao Parlamento, ele telefonou-me a comentar que no Parlamento podiam perguntar a esse senhor algumas coisinhas sobre esta história dos helicópteros que estão no Porto e em Lisboa quando deviam estar em Bragança, Faro, Beja...

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Manela, faz-me um favor


Manela, faz-me um favor e sê o homem que o Cavaco não sabe ser: põe a Madeira na linha!

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Regiões de Portugal em PIB per capita em % média dos 27 (evolução 2001-2005)

Norte »»»»»»»»» 63.6 62.5 61.2 59.3 59.8
Algarve »»»»»» »» 81.5 81.3 81.8 78.1 79.6
Centro »»»»» »» 65.5 64.8 65.5 63.7 63.8
Lisboa »»»»» »» 109.3 108.9 108.3 105.5 106.3
Alentejo »»»» »» 68.9 69.5 70.9 69.1 70.0
RA Açores »»» »» 64.8 66.3 67.5 65.4 66.7
RA Madeira »»» »» 83.1 95.5 93.1 93.0 94.9

Portanto a Madeira e o Norte são manifestamente as regiões mais desfavorecidas de Portugal.

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segunda-feira, novembro 10, 2008

Sporting 1 Porto 1 (1-4 em penaltis)


Uma coisa já sabemos: o Sporting este ano não ganha a Taça. Talvez assim se veja obrigado a ganhar o Campeonato...
E permitam-me corrigir o Jesualdo: não foi uma vitória à Porto, foi uma derrota à Sporting.

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domingo, novembro 02, 2008

O Vaticano em dificuldades pede ajuda

Um amigo meu, cuja profissão me dispenso de elucidar, foi recentemente assistir a uma missa na igreja da Lapa. Era dia de solenidade, missa cantada, a ex-professora de instrumento da sua filha tocava, era dia para a criança afogar as saudades.
O meu amigo não sustentou toda a missa, ele não é, digamos, religioso. A missa, com toda a sua solenidade, foi muito bonita. Curiosamente porém, sentiu dentro do templo um peso de afirmação de alguma coisa que, em frequências prévias lhe escapara. Como se uma questão territorial, onde ele não entrava.
À procura da instrumentista teve um encontro surpresa.
"Olá, por aqui?" "Acabo de chegar do Ruanda..." "Aquilo por ´lá está um pouco quente, não?" "Pois sim, o Congo é o coração de África, tudo gira à volta do Congo!" "Pois, John Le Carré, Conrad, o Apocalypse Now..." "Eu só conheço o filme do Coppola mas aquilo ali é cem vezes pior, é uma conjugação de negativismos..." "Hummm..." "Eu falo-lhe disto porque sei que tem um espírito aberto a estas coisas..." "Hummm..." "Eu tenho noventa mil horas de meditação, já estive em todo o lado, Chichen Itza, Ulan Bator, eu sou duma corrente de Taoísmo que, e olhe que não sou um novato, e todos dizem, até 2018 viveremos uma nova época das trevas, eu..." "...tenho que ir!" "Espere, estive em Roma, a maior mesquita do mundo, ein? A maior, em França onze milhões e a uma só voz, agora pergunto-lhe, onde estão as catedrais na Arábia Saudita, eu quero catedrais na Arábia Saudita..." "Pois..." "Porque nasceu tudo em África, este negativismo, eu sou um homem de paz mas também sei ser guerreiro, por isso é que o Vaticano me pediu..."

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