quinta-feira, dezembro 28, 2006

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a) 2007, ano de diversificação da oferta; ou será da procura?

b) onde há gatos, põe-se cães; onde há...

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Estrelas.

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Os nossos filhos serão marcianos.

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As carrancas de um palácio.

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O nó e as gravatas de um homem.

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terça-feira, dezembro 26, 2006

Oitava carta

Meu caro amigo:

Não sei ainda quando o irei visitar à sua ilha rodeada de espuma. Será um dia, será, pois que tudo o que é belo é para partilhar com os mais queridos, e os meus desconhecem ainda esse fresco abrir de pálpebras que a sua ilha desenha no meio do mar.
Fez o meu amigo parte de um meu ano de inúmeras glórias. Coleccionei gente então como nunca, tanta que quase me perdia pelo meio. Desse ano o seu caso foi o mais curioso talvez, pois entre dois cafés num café em Matosinhos quase do nada acabámos a ficar amigos para a vida. Claro que esse quase nada anterior já durava há meses, e sabia bem e todos os dias. Se me perguntassem o que foi falado diria que da maior parte das coisas já não me lembro, e que de outras devo calar.

Deu-me trabalho o seu dossier, pois a sua pasta foi sendo movida de letra em letra, até parar num novo item criado para o seu nome só.
De si, quando nos reencontrarmos, espero rever o humor inteiro, as mãos nervosas, e confirmar se voltou a tocar, embora já não me lembre bem o quê.
Invejo-lhe a ilha, a sua.

Um grande abraço


W.

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A sete

Minha cara amiga:

Não sei para que servirá esta carta.
Perdemo-nos o rasto há alguns anos, um rio separa-nos, por ex., e outras coisas. Foste minha testemunha de defesa em mais do que uma vez. Meu salvo-conduto. Sonhei ou já dormi em tua casa? A tua casa símile à de teus pais, arrumada entre uma avenida hoje com metro e uma bouça, recoberta daquelas pequenas coisas que não te descrevem mas te ajudam, fotos, bibelôs, lagartos pintados. Lembras-te de um certo dragão? Ou era um pássaro articulado? Fomos o centro e o sismógrafo de vários encontros, colectivos e pessoais. E de tudo fazíamos diário pessoal. Até que tudo se esvaiu em nada, como se de “fumos da Índia” se tratasse a coisa, uma geração que se partiu pelo meio e da qual ficou um filme por fazer.
Devia ter percebido que quando me remetias à minha confirmada sorte ao mesmo tempo estavas a reiterar um diagnóstico e a dar-me a alta. Foste-te embora.
Lembro-me de quando telefonar-mo-nos era um registo do nosso quotidiano. Tinhas dois números, dois pisos, num deles estará quem me quer. Lembro-me também do espinhoso assunto da tua imagem, do teu corpo. Lembro-me de uma porta fechada.

Não pertence aqui referir o carinho em falta. Devemos neste momento anos um ao outro. Somos obrigados a odiar tudo o que nos separou. E peço-te desculpa. Tu sabes porquê. Pele era uma rainha vingativa, senhora dos vulcões e das forças subterrâneas…

Sempre


W.

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sexta-feira, dezembro 22, 2006

Feliz Natal


Segundo as últimas escavações em Tell Amarna, Deus não existe, e Jesus Cristo terá sido apenas mais uma vítima de um trabalhinho encomendado pela Carolina. Os primeiros Cristãos aparentemente eram sportinguistas, portanto criaturas de crença fácil...
De qualquer forma, um Feliz Natal, etc.

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quarta-feira, dezembro 20, 2006

Economia & Demos

O Chile foi o exemplo de como o sucesso económico não tem a democracia como sinequanon. Esperemos que este governo que por ora nos governa não nos leia, pois ao tomar algumas medidas de contenção económica muito necessárias e ao tentar endireitar sectores de há muito entortecidos, faz-se este governo anunciar com carga de ombro, pela frente e por trás, sem frioleiras nem noção do pecado...
A esquerda sempre pretendeu ser escrava da razão, mas sonhando ser sua dona, e daí que: "A razão? Tenho-a sempre comigo!"

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leituras

De Oliver Sacks e de Orlando Ribeiro no dito.

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A Sexta

Meu caro:

Venho por este meio desobrigá-lo de uma missão: salvar o mundo.
Efectivamente desde há já uns anos tenho vindo a reparar no seu sempre cenho franzido, a sempiterna fronha. A razão está do seu lado, eu sei, mais propriamente à sua esquerda, e os agradecimentos até já foram por escrito. Conheço a modéstia que exibe: é um diáfano manto, é uma fantasia. E a sua indisposição é como aquele x por cento com que Portugal participa no incumprimento de Quioto: não é um valor por aí além, mas não deixa de chatear sempre um pouco.
Ó homem, anime-se, há coisas piores, até lhe digo mais, o não ser indispensável para nada nesta vidinha abre-lhe vastas opções!
Sabe, agora outro assunto: ouvi dizer que se está a separar da sua esposa.
Como sabe conheci a sua esposa fazendo-a chorar. Desde então ficámos grandes amigos, ou cúmplices, será esta talvez a palavra certa. Mal nos vemos começamos logo a rir, a compensar pecados antigos, vasos virados. Estamos a falar de alguém que é muito boa gente, e muito bonita, lindíssima até. Duas coisas: que primeiro você é burro; que segundo pelas últimas previsões da vida da pobre moça tudo indica que - estesudoeste - a mesma vai melhorar com a sua abstenção. Ou abstinência, o que fôr. Com isto me contento.

Atentamente e só

W.

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terça-feira, dezembro 19, 2006

1984 Welcome to the Pleasure Dome


O tempo foge e a música desaparece sem deixar rasto, exceptuando aquela que é intemporal, que para sempre permanece...
Será sempre assim? 1984 foi o ano dos Frankie Goes to Hollywood: 3 singles top one, um duplo LP que vendeu como pipocas, todo um marketing e uma cobertura mediática excepcionais...
O que foram os FGTH? Grupo de inspiração S&M criado pelo frontman Holly Johnson, foi descoberto pelo produtor Trevor Horn e contratado para a sua nova editora ZTT.
O 1º single Relax demorou a pegar, mas algumas aparições televisivas e o ter sido banido da BBC Radio One fez o resto. Cada single saiu umas dez vezes em 12" luxuosamente produzidos, maioritariamente pelo mesmo homem - T Horn. Assim a som FGTH desmultiplicava-se, invadia todos os espaços de audição acessíveis.
E que som era este? Boas percussões, das melhores linhas de baixo da história, teclas para dançar e palavras de ordem. "THE WORLD IS MY OISTER".
Claro que fantásticos foram os maxis, mas este duplo LP, apesar de alguns fillers irritantes, colecciona boas versões dos temas-bandeira, tem uma versão superlativa do tema-título - e que depois também foi single, e termina com o xarope "Power of Love"... AND A BANG!
Anos 80 no seu melhor glam, portanto. Que hoje pouco se dá a ouvir, manifesto que foi de um tempo e de uns modos que um determinado vírus tratou de amansar.

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quarta-feira, dezembro 13, 2006

Valentim sobre Carolina

«Os casais quando se desentendem normalmente dizem coisas que talvez não devessem ser ditas»

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Mote e voltas

fastio, s.m. falta de apetite; repugnância pela comida; enjoo; tédio. (Lat. fastidiu)


Que haja uma água com este nome, que preencha uma garrafa de litro e meio, e que passeie debaixo do braço de alguém, eis o que me surpreende. Porquê a falta de apetite? A repugnância pela comida? Porquê o enjoo? O tédio?
O que falta? O que sobra? Onde quebra? Porque dobra? A água não responde, e como resposta à ausência de resposta, bebe-se. O quê? Água é nada.
Pirâmide invertida, bem sabe a minha filha que não bebe água. Para quê?
(…)
“Chora que logo menos mijas”. A urina, o choro e a água que se bebe, eis um interessante ménage a trois.
(…)
A água, se tiver que ser, deve ser sempre sem gás: não devemos confundir órgãos nem sistemas – de eliminação.
(…)
Achei, fálavamos então do tédio. Que rima com esta coisa de estar no meio, de ser médio. De falar igual. De demonstrar o demonstrado. E tropeçar ao subir para mais uma rima fácil. Ou então será falta de apetite, não sei…
(…)
pH de 5,78, o que não deixa de ser um pouco ácido, não achas?
(…)
Repugnância pela comida não. Nem serão precisos mais exames para saber.
(..)
Tomava agora era uma imperial.

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Reading

Várias coisas novas no Leituras. Tolentino e Cesariny...

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terça-feira, dezembro 12, 2006

2006 Koop Islands


Oscar Simonsson and Magnus Zingmark, aka Koop, lançaram um disco há 5 anos, uma espécie de late gem da IDM. Depois de bastantes vendas e muito DJ setting, voltam com 32' de Caribe e orchestral crooning.
Chega? Não sei. Este portanto é quase um mini-LP, de qualidade irregular, não abundante em ideias novas, e que pesca nas quentes águas tropicais de cruzeiros e de salões fumarentos com vozes ritmadas em convite.
Não é genial, não salva ninguém de nenhuma morte anunciada, e não mostra nenhum caminho novo radioso.
Também não é de deitar fora...

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domingo, dezembro 10, 2006

2001 The Allenko Brotherhood Ensemble


Troublemakers, Boozoo Bajou, Cinematic Orchestra, Kirk de Giorgio, Jeff Sharel, etc.
Esta é uma colectânea da editora francesa Comet contendo interacções entre o mastermind do afrobeat, o baterista Tony Allen, e vários produtores da IDM, com presença importante da nova nova vaga francesa, mas não só.
Tony Allen foi o baterista do late genious Fela Kuti.
De alguma forma aqui aIDM já voltava a ser uma música minoritária, e ainda bem.
Muito bom.

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Tighten Up

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domingo, dezembro 03, 2006

Out of Season 2002


Beth Gibbons é conhecida de muitos: foi (ainda será?) a vocalista dos Portishead. Em 2002 sacou este disco do nada com um aparentemente velho amigo - Paul Webb aka Rustin Man - ex-baixista dos Talk Talk.
E o disco é muito bom. Basicamente é a voz de Beth Gibbons algures entre a folk sombria e o cabaret melancólico a desenhar dez canções torturadas, algumas mesmo muito bonitas.
Claro, a questão nunca se resolverá, não fosse Beth Gibbons a pessoa que é, este disco seria tão bem visto? Provavelmente não. Paul Webb não é um grande compositor (nos Talk Talk ele não compunha), é portanto seu papel criar ambientes qb para, e sai-se muito bem.
Nos Portishead o protagonismo residia na música de que Gibbons era apenas uma parte. E os Portishead fizeram história.
Mas não se pode fazer sempre história. Nem sempre será preciso... porque este disco ouve-se muito bem. O abismo é que se fechou um pouco.

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sábado, dezembro 02, 2006

1993



Gary Oldman enquanto... Dracula Coppola- style

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O Capricho da Música


Por questões várias só ontem entrei pela 1ª vez na Casa da Música.
Fui ver com a minha filha um razoável espectáculo de música clássica para crianças, com desenho animado anexo, na sala Guilhermina Suggia.
Quem entra na Casa da Música não pode deixar de reparar nos materiais: tudo, mas mesmo tudo, utiliza materiais inovadores, diferentes, inesperados, como parte de um todo que alia a originalidade à inspiração de um muito elogiado arquitecto.
Materiais caros. A Casa da Música foi um capricho. De milhares de milhões de euros. A questão é saber se o Porto tinha ou não direito a este capricho do tamanho de um meteorito médio...
Eu gostaria de pensar que sim...

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Crónica do Desmaio Anunciado


Há quanto tempo os avançados do Sporting não metem golo? É verdade ou não que o Benfica anda a jogar um pouco melhor do que a Naval? A estes dois quesitos se resume a derrota de ontem: alínea a: "quem não marca...", alínea b: "there's no free lunch (com excepção do Sp Braga...)".
O problema é que, com a venda de Deivid, um bom negócio com certeza, não há como pôr o "levezinho" a estagiar no banco, sítio onde já devia estar sentado há muito tempo, para se deixar de biografias e crises de meia-idade futebolística.
As soluções de 2ª parte de Paulo Bento pecam às vezes por não ser solução, pois lá à frente é um deserto completo de ideias, e o meio-campo quase só se resumir ao tal João Moutinho. Quero ver se este menino se lesiona...
A verdade é esta e só: o plantel do Sporting é curto, muito mais do que aquele que Peseiro desbaratou há 3 épocas (ao não ganhar um campeonato... fácil e oferecê-lo a Trapatoni). E desequilibrado: Custódio, Paredes, Miguel Veloso, Farnerud... para quê tantos médios de contenção se depois a solução na 2ª parte é pôr o Moutinho atrás para dar maisd poder de arranque?
E Nani não é Simão que, infelizmente, já aprendeu a não se esconder em jogos grandes...

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