domingo, julho 30, 2006

Estes militares ineptos...

Então não é que só agora é que Israel conseguiu ferir dois indianos do corpo de observadores das Nações Unidas? Eles são às dúzias, prá'li no Líbano!

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António Franco Alexandre, um poeta de Viseu!



Talvez por exaustão das capelas poéticas e cansaço em tomar partido por um contra um outro, António Franco Alexandre (AFA), nascido em 1944 em Viseu e homem da geração de 70 e do não-colectivo que “publicou” um Cartucho (de poemas – literalmente o era) em 1976, é por muitos considerado o poeta português vivo mais importante, entre os que ainda publicam (fica assim feita a ressalva para Herberto Helder).
A sua poesia levou nos últimos anos um giro progressivamente mais classicizante, tornando-a mais acessível, mas julgo que não menos interessante. A crítica tem-se dividido sobre, e quem ler “Os Objectos Principais” de 1979, ou “Sem Palavras Nem Cisas” de 1974, percebe o porquê.
AFA tem dois doutoramentos, em Matemática e Filosofia. Talvez por isso saiba passear pelas palavras ora com a mais íntimo respeito, ora praticando a mais profunda subversão, dentro da mais insubordinada das ordens. Todas as palavras lhe servem: as mais quotidianas, as mais divinas, as mais banais, as mais prementes. Um certo desprendimento formal de quem sabe que a poesia sem auto-ironia corre certos e determinados risco não esconde a força do dizer e os seus objectivos maiores. Com todas estas palavras onde digo nada, digo que é para ler.
Exemplos:

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poderemos, um dia, amar estas vitrinas
como quem ama uma ideia imperdoável, ou uma
breve hesitação dos condutores
a meio do percurso? quero dizer,
estaremos vivos para o desbotar destas
folhas de plástico que brilham
uma vez cada noite; e para
o assobio das nuvens
ao passar sobre a roupa?
ou, fechando a gaveta, engoliremos o receio
destes bolos roubados
na prateleira de água?
ou será este o dilema que nos propõem
as minuciosas escavações telefónicas?
são questões ignorantes, delas depende o rumo
dos grandes navios japoneses à entrada da doca.

in Os Objectos Principais, 1979

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em folhas de acetato me proteges

em folhas de acetato me proteges
floresço em avenida litoral
breve serei semente um céu e a terra
plantado azul e sopro de marés

as palavras fechadas com o jeito
que a boca tem ao ver-se
retratada
quase um sabor razão acidulada

me persegues de nomes, me retratas
igual ao branco hotel onde regressa
a não lembrada sombra do verão

e pousam de ouro em água o só
engano breve
das rosas e da neve despertadas.

in A Pequena Face, 1983

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Syrinx, Ficção Pastoral (I)

Vou pôr um anúncio obsceno no diário
pedindo carne fresca pouco atlética
e nobres sentimentos de paixão.
Desejo um ser, como dizer, humano
Que por acaso me descubra a boca
e tenha como eu fendidos cascos
bífida língua azul e insolentes
maneiras de cantar dentro de água.
Vou querer que me ame e abandone
com igual e serena concisão
e faça do encontro relatório
ou poema que conste do sumário
nas escolas ali além das pontes
E espero ao telefone que me digam
se sou feliz, real, ou simplesmente
uma espuma de cinza em muitas mãos.

in Quatro Caprichos, 1999

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3. Eco (fragmentos)

Ci est d’amer volonté pure
Roman de la Rose

Agora vai ser assim: nunca mais te verei.
Este facto simples, que todos me dizem ser simples, trivial,
e humano, como um destino orgânico e sensato,
Fica em mim como um muro imóvel, um aspecto esquecido
e altivo de todas as coisas, de todas as palavras.
Sempre nos separaram as circunstâncias, e a essência
mesma dos dias, quando entre a relva e a copa das árvores
me esquecia de pensar, e o ar passava
por mim antes de erguer os caules verdes e alimentar
a vida sem imagens da paisagem. Marcávamos férias
em meses diferentes. O fim do ano, a páscoa, calhavam sempre
em outros dias. Tesouras surdas
rompiam o cordão dos telefones, e por engano
urgentes cartas atravessavam o planeta, apareciam
anos depois no arquivo municipal. E mais: a minha idade,
a tua, não poderiam nunca encontrar-se no mundo.
[...]

in Fábula, 2001

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Aracne

Gregor transformou-se em barata gigante.
Eu não: fiz-me aranhiço,
tão leve que uma leve brisa o faz
oscilar no seu fio de baba lisa.
Até que, contra a lei da natureza,
creio que tenho peso negativo,
e me elevo no ar se me não prendo
ao canto mais escuro desta ilha.
Quando descer à teia derradeira
não se verá no mundo alteração, ou só
talvez alguma mosca mais contente.
Em noites de luar, na alta esquina,
ficará a brilhar, mas sem ser vista,
a estrela que tracei como armadilha.


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O que me faz diferente
(além, está bem de ver, do exoesqueleto)
é talvez não ter alma interior;
uma coisa qualquer sobrevivente
que me faça durar, ainda que seja
na forma inferior do ectoplasma
ou no fátuo rumor da borboleta.
É breve a vida; mal sabemos
fiar um fio, e conceber a seda,
já se gastou a areia na ampulheta;
a frágil obra que fizemos, fica
aberta ao vento, à chuva, ao descuidado
ofício da coruja e da serpente.
E como é escura a noite, só rasgada
pelo grito tenaz dos predadores;
ou, quando iluminada, é pelo fogo
que devasta os casulos e envenena
o jovem mel guardado nas colmeias.
À falta de melhor, antes prefiro
que ande lá fora, a pouca e perecível
alma que tenho; e se misture
tão bem a cada instante, que apeteça
vivê-lo eternamente; porque o tempo
é, como eu, um mero fabricante
de véus e teias que os humanos rasgam
sem sentir como nelas estão presos.

in Aracne, 2004

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Gaiman, Neil

“Ah, Mr. Kemble. Hello. Sorry if I got you out of bed or anything. This is, um, Peter Pinter.”
“Yes, Mr. Pinter?”
“Well, I’m sorry it’s so late, only I was wondering… How much would it cost to kill everybody? Everybody in the world?”
“Everybody? All the people?”
“Yes. How much? I mean, for an order like that, you’d have to have some kind of a big discount. How much would it be? For everyone?”
“Nothing at all, Mr. Pinter”
“You mean you wouldn’t do it?”
“I mean we would do it for nothing, Mr. Pinter. We only have to be asked, you see. We always have to be asked.”
Peter was puzzled. “But – when would you start?”
“Start? Right away. Now. We’ve been ready for a long time. But we had to be asked, Mr. Pinter. Good night. It has been a pleasure doing business with you”.

in We Can Get Them For You Wholesale, uma história curta que apaerece na colectânea Smoke and Mirrors

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sábado, julho 29, 2006

Double D Force - Enforce The Funk 2006



A Loop Records lança este disco onde D Mars encaixa com D Fine para fazer um disco de electrofunk de cair para o lado. Retro, portanto, à frente. Luso-croata vs cabo(v.)-holandesa. Anos 70, 80, hoje, amanhã. Hip noise...

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Breaking The Silence

Perante a manutenção da guerra no sul do Líbano, começam a escassear as palavras.
Convém sim dizer da minha absoluta não antipatia por Israel, como de por nenhum país... Da minha nenhuma simpatia pelo Hezbollah, algo que quase seria desnecessário explicitar. De como é fácil simplificar estes dias, estes bombardeamentos.
Hoje são dias para falar dos meios e dos fins. Dos caminhos que se tomam e da quase sempre existente alternativa. Partindo do princípio que têm que existir países, cada um será como uma pessoa. E por último, cada país deseja apenas e só comer, beber, rir, sonhar, amar e ser amado. Assim Israel, assim todos os seus vizinhos. O Líbano é (ou era) como a mais alegre das crianças no recreio, a reaprender a jogar. Tinha um pequeno defeito - um amigo que era mal visto em toda a escola (estão a ver de quem falo, o Irão, só o nome já diz...). Israel, o rufião do recreio, não podia aceitar esta insubordinação, por desmiolada e inocente que fôsse, ou talvez transitória... E o pequeno miúdo foi para o hospital com a cabeça partida. Se o estatuto de Israel no recreio da escola ficou melhor ou pior parado, ainda está por ver. Como este site que fala do serviço militar israelita.
Os meios, os fins. Lembro-me de ter participado há muitos anos na recepção ao intercâmbio no verão de alunos de Medicina na minha faculdade. Havia lá um rapaz israelita, um pouco mais velho do que nós, pois já tinha feito o serviço militar. Tinha estado na margem ocidental. Recusou-se sempre a falar sobre o tema, pois queria esquecer.

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Começou a Pré-Época...


... E com algumas angústias, nomeadamente benfiquistas. O meio-campo do SLB, a confirmar-se a saída de Simão, vai ser Beto e Petit, 2 gregos e Rui Costa. A defesa mais ou menos, o ataque mais ou menos. No meio-campo é que a coisa vai estar duvidosa, sobretudo pela caixa-de-velocidades do nº 10. A ver vamos...
Entretanto, o Sporting está... 1 ano mais velho, o que numa equipa muito jovem é sempre bom, e pouco mais. Ah, nova estrela de nome Yannick Djaló, guineense descoberto na Covilhã ainda juvenil. Agora tem 20 anos, e como 2º avançado promete mais do que Deivid e Douala juntos.
Não vamos esquecer porém que a lógica de mais um ano também se aplica ao Campeão em título e equipa com o melhor plantel, o Porto. Se o Pepe estiver ok, o 3-4-3 será um must. Se Pepe recomeçar a inventar... À frente Adriano precisará da companhia de mais alguém, embora se se mantiverem os teleguiados do Quaresma, a coisa deverá chegar para as encomendas.

Nota final para a selecção: saída de Figo (pena) e Pauleta (finalmente), ficam duas questões para Scolari: como "avançar", e que novos integrar.
A defesa portuguesa está estável, para médios defensivos Custódio e Raul Meireles são opções óbvias, assim façam boa época, no resto do miolo a meio é para integrar Moutinho e Manuel Fernandes, nas alas o "zíngaro" Quaresma (a ver: alguma vez a nossa equipa aguentará Quaresma e Ronaldo no mesmo 11?). À frente a incógnita de Hugo Almeida no Werder Bremen, um Nuno Gomes a rever, um Helder Postiga para quem já não há pachorra.

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Ségolène Royal



E em 2007 teremos as presidenciais francesas, onde o duelo Sarkozy-Ségoléne Royal ultrapassará largamente a esfera política. Oscilará sim entre o ballet clássico, a música cigana (Sarkozy é de origem húngara), e o pugilato de rua.
Marie-Ségolène Royal, 53 anos, é curiosamente a companheira sentimental do (apagado) secretário geral do PSF francês François Hollande, e é neste momento a única figura estimulante no panorama político francês. Falta-lhe provar a consistência, a espessura, embora estejamos a falar de alguém que já teve responsabilidades ministeriais, e preside à região de Poitou-Charentes. É frequentemente comparada a Tony Blair, mas as fotografias anexas provam que não é para tal.
Esta é uma mulher amada pelas câmaras.
Sê-lo-á também pelos franceses?

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Tipzi Livni



Depois de Golda Meir, Israel tem agora uma nova figura feminina de patente elevada no seu confuso mundo político: Tipzi Livni, 48 anos, Ministra dos Negócios Estrangeiros. E parece não ser nenhuma pêra doce, pois começou a sua carreira política no Likud, saindo quando Sharon saiu. O seu pai foi um líder guerrilheiro judeu nos anos 40/50.
Estará o futuro do Médio Oriente dependente das capacidades desta atraente mulher, mais falcão do que pomba, "desmilitarizar" o discurso Israelita?

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Do The Right Thing

Do The Right Thing.

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quinta-feira, julho 27, 2006

O Ciclismo Profissional morreu hoje


O recente vencedor do Tour de France, Floyd Landis, testou positivo para testosterona. Vencedor de uma espantosa etapa com fim em Morzine, com uma fuga homérica a lembrar não Amstrong, o homem do cálculo, mas Merckxx, o canibal, veio afinal agora "explicar-nos" como conseguiu.
O ciclismo profissional, desporto duro entre os duros, popular entre os populares, sempe viveu de gestas heróicas, sacrifícios imensos, duelos e dramas.
Imediatamente antes do início do Tour algumas dezenas de atletas implicados num escândalo espanhol de doping foram impedidos de entrar na prova. Impedido foi por ex. o vencedor do Giro de Italia deste ano, Ivan Basso, e que este ano parecia estar particularmente bem (a sua vitória no Giro hoje que valor tem?). Tudo isto não impediu a desgraça.
Claro que no ponto em que estamos, quando se acumulam as evidências do doping generalizado nos melhores ou, se calhar, em todos os corredores, tem sentido repensar as loucuras de Anquetil nos anos 50, o canibalismo e a capacidade sobrehumana de Merckxx nos 60, a dureza de Hinault nos 80, a performance indelével de Indurain nos 90. Eram eles os melhor dotados, ou os melhor dopados? Anquetil costumava dizer que não subia montanhas com chás e caldos de galinha...
Subir o Galibier, o Tourmalet, o Alp d'Huez, montanhas mágicas que criaram e destruiram heróis, "deuses da estrada". Agostinho fez-se grande nelas. Mas testou positivo várias vezes, lembram-se?
Segundo me contaram, o agora comentador Marco Chagas terá perdido uma Volta a Portugal porque foi colher urina depois do Joaquim Sousa Santos, ciclista profissional e... estudante de Medicina. Havia naqueles tempos um truque que consistia em via algaliação um ciclista dopado extrair a sua urina e "adquirir" a de outra pessoa, para testar negativo. Marco tinha corrido um contra-relógio excepcional, o bastante para ganhar a Volta. O estudante de Medicina foi fazendo-o esperar tempo e tempo e tempo, alegando que não lhe saia o xixi... claro que Marco Chagas lá foi segregando a sua própria urina no entretanto, e acabou dando positivo. História, verdade, mentira, vale porém meditar no dia-a-dia de muitos destes homens, submetidos à pressão dos resultados, algaliados, pastilhados, injectados...
O ciclismo profissional vive da publicidade. Vai portanto deixar de viver. Quem vai querer publicitar isto?

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quarta-feira, julho 26, 2006

Livro

A ver no Leituras.

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Hummm...


Este Jardim tem que ter um fim...

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Rivoli goes private



Esta é para quem diz por aí que o Rui Rio "é um mal menor"...

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C & H

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Israel mata quatro elementos da ONU estacionados no Líbano


Humm... enfim, eram indianos... how irrelevant can you be!


PS: afinal Israel falhou os indianos e acertou num austríaco, num canadiano, num chinês e num finlandês, após um desperdício enorme de bombas... enfim, que gajos!

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A mão que não se vê segura uma faca...


Condoleeza e o PM do Líbano, Fouad Siniora.

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quinta-feira, julho 20, 2006

Mais Líbano

Este link do jornal Guardian é bastante explícito. Este outro link do NYT lembra como tudo começou e dá números sobre a questão dos prisioneiros árabes existentes em Israel , prime motiv, ou não, para a crise.

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MMonte

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quarta-feira, julho 19, 2006

Israel, duas visões

Eis duas opiniões de dois sites que visito frequentemente, nada unânimes, opendemocracy e The New Republic.

Sra da Hora - Empresa Fabril do Norte


Portugal bombardeado.

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Matosinhos


Ontem à noite.

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People Are Strange / Even If Wanted...


Há uma nova estrela jamaicana na rádio e no myspace, só que é judeu ortodoxo e americano, e chama-se Matisyahu... Miller. O seu último disco, Youth, está a vender milhões do outro lado do Atlântico.
Este castiço, cuja rendição ao reggae foi anterior à rendição à Torah, é um espectáculo dentro do espectáculo, ao vivo. A música é... regular, e até já anda por aí a fazer versões do Sting, o q é sempre mau sinal. Mas, Senhor, os caracois, o chapéu, a barba, e tudo isto toasting aos pulos... curtidão!

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segunda-feira, julho 17, 2006

Rossi e Cia


Decididamente, 5 minutos de Motos GP valem mais do que todo um grande prémio de F1.
Este domingo, vi a 2ª metade do grande prémio de Motos GP da Alemanha. Os 4 1ºs - Rossi, Melandri, Hayden e Pedrosa, chegaram com 0,3'' de diferença. A liderança esteve em jogo volta a volta; na volta Pedrosa literalmente tocou na moto de Hayden...
A F1, que aconteceu depois, foi um aborrecimento completo. E a culpa não é do Schumacher...
Além de que a beleza plástica de uma corrida de duas rodas é infinitamente superior.
Ainda se fossem os velhos GT's de Le Mans...

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domingo, julho 16, 2006

Let's strike, shall we?


Um bairro da zona sul de Beirouth, e o Aeroporto, visto do ar (courtesy not of the Israelis but of Google).

Esta imagem não está actualizada.

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Mais

...um livro lido.

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sábado, julho 15, 2006

Santa Cruz, Sevilla

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El Arenal, Sevilla



Uma borboleta nocturna.

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sexta-feira, julho 14, 2006

Armilla, Boabdil e os Reis Católicos.

No termo de Armilla encontrou-se Boabdil, último rei de Granada, com Fernando, rei de Aragão. Depois foram ao encontro de Isabel a Católica. Esta entregou a Morayma, mulher de Boabdil, o filho desta, que estava refém dos cristãos há 7 anos (desde os 2 anos de idade). O rapaz era agora cristão e não falava árabe. Depois, os nazarís partiram de Armilla para a Alpujarra, e pouco tempo depois para o porto de Almería, donde se despediram destas terras, para nunca mais.
Os Reis Católicos, tinham o seu acampamento em Santa Fé, assim criada e chamada de novo, olhando para Granada. Santa Fé, hoje um subúrbio da grande cidade, como castigo, como Armilla.
Hoje, Fernando e Isabel, reis dos raptos e dos reféns, seriam militantes do Hezbollah ("partido de Deus"). Existe uma campanha para que sejam beatificados.

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Armilla


E Rosa López nasceu em Armilla. Armilla é hoje um subúrbio de Granada. Tipo o Ermezinde lá da zona. Terá um Carrefour. Ao procurá-lo perdemo-nos. Fizemos dez kms de Armilla e não só. Dez kms… para trás. Meia hora depois reentrámos na Auto-Estrada, a odiar uma terra sem culpas no cartório, mas irremediavelmente suburbana. Se olharem no mapa do lado, primeiro fizémos a estrada vermelha, depois a verde, e depois para cima a amarelinha... Armilla, cheia de semáforos, carros, adossados, apartamentos, parques recém-feitos quase sem ninguém. Hipermercados e supermercados (abertos) é que não. Mal sabíamos quem ali nascera, há… 25 anos, Janeiro 14.
Já agora, um prato típico de Armilla:

Olla de San Anton 1/2 kg de habas secas, 200 g de judias blancas, 1 cebolla, 1 pimiento choricero, 1 cabeza de ajos, 1 hueso de espinazo salado, 1 hueso de jamón, 200g de costilla de cerdo, 200g de panceta, 1 oreja de cerdo, 1 rabo de cerdo, 100 g de tocino añejo, 1 rama de tomillo, 2 hinojos, 2 tazas de arroz, 3 patatas y sal.
Elaboración: Poner las habas y las judías en remojo la víspera. En el momento de cocinar, pelar la cebolla y partirla en dos, lavar el hueso de espinazo y el de jamón, y poner todos los ingredientes, excepto morcilla, arroz y patatas, en una olla (a ser posible de barro) al fuego, cubiertos de agua. Dejar cocer a fuego lento por espacio de hora y media. Pasado ese tiempo, pelar las patatas y trocearlas, y echarlas a la olla con el arroz y la morcilla pinchada para que no reviente. Dejar cocer unos 20 minutos más, y servir caliente, por un lado las legumbres, patatas y arroz, y por otro el resto de viandas, como guarnición.

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Rosa



Nem sempre o princípio “férias é para não ver televisão” se pode cumprir à risca. Sobretudo com uma criança de 7 anos. Sobretudo quando se vê o fim de um desmoralizante Espanha-França e logo a seguir vem o “Mira Quien Baila”, programa espanhol equivalente ao nosso “Dança Comigo”, só que melhor (não era difícil…). A minha filha adora este programa, ou melhor – os dois programas.
E tudo isto para falar de um fenómeno chamado Rosa, Rosa López, uma pretérita vencedora de uma “Operación Triunfo”, dona de uma enorme voz, e que foi depois à Eurovisão defender uma canção indefensável. Não sabia o que tinha sido feito dela. Caracterizava-se por ser “gordita”, subtipo “grande”. Em peri-“Mira Quien Baila” emagreceu enormemente e ficou só… uma mulheraça, uma bailarina espectacular, e manteve a sua desarmante expontaneidade e proximidade. É uma ganhadora nata, e ganhou. Um espanto de mulher. E tem novo disco, a calhar. Não vou ouvir. Jantou em Granada quando também por lá andámos. Se a tivesse encontrado, seria a minha 2ª diarreia granadina.
Agora… esta exposição, este renascer em espectáculo perdendo 30 kg de paso… Rosita, guapa, a ver como te va… que la Virgen del Cármen te proteja de los demonios de la luz, que los hay, guapa…

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Hezbollah - ag viagens


Lá se foram as férias este ano no Líbano...

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2006 Scale - Herbert


O último disco de Matthew Herbert é uma espécie de detour em relação a "Plat du Jour" (2005). Sempre com Dani Siciliano, temos agora um disco of clicking-pop com jazz e funk e big band à mistura, talvez o seu disco mais acessível até à data. Não sendo o melhor, é muito interessante, em muitos sítios brilhante, e tem dois ou três singles imaculados, onde é impossível ficar quieto. Estamos em descendência directa do trabalho de produção com Roisin Murphy no ano passado ("Ruby Blue"), mas é a bit less noisy. Siciliano é Mathilde Santing in-the-house, quero eu com isto dizer que as vocais são excelentes. Enfim, é ouvir e dançar, meus senhores. Quando cansados, leiam as letras na net, e preparem-se: Herbert aproxima-se mas não facilita.

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quarta-feira, julho 12, 2006

1996-2006

Já agora, lembro uma muito interessante selecção de 1996, a Portuguesa, que chegou aos quartos-de-final de um Europeu. Tinha o tal problema de ter alguma dificuldade em marcar golos, e jogar sempre da mesma maneira. Dez anos depois…
Investigando, os golos em 1996 foram 5 (3 foram à Croácia), e marcados por um tal de Sá Pinto, outro pelo Fernando Couto, um ainda pelo Luis... Figo, outro ainda pelo João Vieira... Pinto, e finalmente um pelo Domingos, hoje treinador do U. Leiria!

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Comentário ao último disco de Nelly Furtado


"she is way too skinny to be shakin that ass". Fair/Unfair?
Produção de Timbalad, que pesa 3x mais... a ouvir "Promiscuous"...

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terça-feira, julho 11, 2006

La Alpujarra


Ninguém sabe dizer muito bem porque há aqui terras que se chamam assim – Capileira, Pampaneira, Ferreira… - e insiste-se que o repovoamento por gente setentrional, galegos por ex., após a expulsão dos muçulmanos não conversos no início de seiscentos, afinal não terá nada a ver.
O certo é que na Alpujarra, comarca do Andaluz que corresponde à cara sul da Sierra Nevada, estes nomes proliferam.
E assim nestas últimas férias lá subimos a Capileira, vilazinha branca a 1450 metros de altitude na cara leste do barranco de Poqueira, a primeira das grandes fracturas que vão modelando as Alpujarras.
O lado mais soalheiro deve ser, pois nele se sucedem então Pampaneira, Bubión e Capileira. O postal que congrega as três povoações brancas, a garganta do barranco e o Mulhácen nevado com os seus 3482 m ao fundo é um must. Só que desta vez no Mulhácen não se via neve. No Veleta sim, como gotas.
Em Capileira almoçámos. Saindo da rua principal o turismo desvanece-se um pouco. A Alpujarra tem um tipo de casa típico. Casa branca, telhado horizontal debruado a pedra, chaminés verticais enchapeladas. A imagem ajuda a entender melhor o que eu quero dizer. Capileira é um emaranhado destas casas. A 2ª habitação, o apartamento para o verão já é frequente, e procura não destoar, mas com alguma dificultade.
Dominam-se panorâmicas desconhecidas em Portugal. Subimos e descemos 3000 metros com a vista, se pensarmos que o rio Poqueira é o degelo das neves do Veleta e do Mulhácen. O fim do barranco é o vale do rio Guadalfeo e de Órgiva , a 400 m apenas acima do nível do mar. Do qual – mar - nos separa a Sierra de Lújar, 1800 m de altura.
Tudo isto apreciámos enquanto faziámos um pequenino percurso no barranco, que nos demorou… 3 horas. As duas vertentes do barranco diferem na vegetação, pois a mais povoada, virada a (sud)oeste predomina a azinheira, na virada a (nor)deste o castanheiro. Climas diferentes separados por uma pequena torrente de água. Andámos e andámos. Insectos muitos, e pássaros. Dois cavalitos. E os castanheiros mais floridos que eu já vi em anos. À latitude do Algarve.
O fim da tarde foi feito a serpentear para casa. Por uma vez não protestámos.

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Lido

Mais um livrito no Leituras...

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segunda-feira, julho 10, 2006

Afinal foi a Itália...

Campeonatozinho de merda onde ouve mais "nervo" propriamente do que arte...

E nunca tinham reparado no "dark side" do sr. Zidane? Um grande jogador tout même. Serviu sim para que os "ungidos por Deus" ("les bleus") ficassem também à porta como os demais mortais...

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quinta-feira, julho 06, 2006

"Valente Espanto"

Como sabem de certeza, os rapazes que acabaram com a vida da transexual Gisberta vão ser indiciados por "tentativa de homicídio" e "tentativa de ocultação de cadáver".
Fazendo minhas as palavras de Ana Cristina Pereira no jornal "Público": "Como pode o Ministério Público sustentar que os menores atiraram Gisberta para um poço de 15 metros de profundidade sem a matar? E como é que isto se conjuga com o crime de ocultação de cadáver? (...) é convicção do MP que quem matou Gisberta foi a água. (...) Não compreendo, não consigo compreender. Se eu espetar uma faca no coração de um transeunte e ele morrer, não fui eu que o matei, foi a faca? E se lhe der um tiro na cabeça? Foi a pistola? (...) Cristina, a 1ª jovem a desaparecer em Sta Comba Dão, também morreu por afogamento depois de, alegadamente, o cabo reformado a ter tentado estrangular e a ter atirado à água. Porque terá, afinal, o antigo militar sido indiciado pelo crime de homicídio qualificado e não pelo de homicídio tentado, como os 13 rapazes? (...) será que Gisberta - por ser imigrante, sem-abrigo, transexual, prostituta, seropositiva e tuberculosa - era menos pessoa do que Cristina?"

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terça-feira, julho 04, 2006

I'm back.

Yeah, yeah... I'm back.

PS.: sem internet at home.

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