sábado, abril 30, 2005

Outro Postal


Bragança de que também eu gosto, logo por cima do Fervença... Posted by Hello

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Postal


Bragança de que eu gosto. Posted by Hello

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O Fervença


O rio Fervença EM BRAGANÇA, fotografado há dois anos. Posted by Hello

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Bragança

Cidade onde volto sempre, como aliás qualquer sítio de Trás-Os-Montes. Desta vez de passagem efémera apenas. Cidade que triplicou nos últimos trinta anos, avenidas para todos os lados. Os retornados, os serviços, os refugiados das aldeias, os alunos da UTAD. A primeira fase do seu Polis criou uma enorme esplanada em escadaria do outro lado do rio Fervença, que me parece que ninguém usa, de tão feia. Não pude nestes dois dias espreitar o resto da recuperação do rio Fervença, bem como de algumas zonas ribeirinhas degradadas. Um bom objectivo para a Polis de Bragança teria sido deitar abaixo a nova Catedral, por ex. Por outro lado agora Bragança tem um túnel tipo Avenida da República de Lisboa. Era preciso ? Claro, cada vez mais carros, não é ? O novo Teatro Municipal é bem visível, e parece-me que bonito também. Espero que tenha uma boa programação. E que as três salinhas da Castello Lopes no novo centro comercial de quando em vez programem algo decente. E não fui almoçar ao Solar Bragançano...
Mas o campo à volta, meus amigos, os verdes e os castanhos, com alguns acrescentos primaveris, o campo esse não faltou ao reencontro.

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Robots


Bom, back from hollidays ! E vejam só, ficando em Bragança 2 dias de interregno, lá fomos ver um filme para criancinhas, pois estava a chuviscar, etc., etc., no novo Forum centro comercial - Eta Bragança tá mudando, né ? - três salinhas da Castello Lopes. Bom, adiante. Filme ? "Robots", realizado por Chris Wedge e Carlos Saldanha (brasileiro...) para a Fox Animation.
Talvez o filme tenha sofrido com a posterior assalto dos gloriosos dias de férias ao sol no campo, com 5 cães, 4 gatos, 6 burras, 7 galinhas e espaço, espaço, espaço ! Não há filme que fique na memória de uma criança quando logo a seguir leva com uma lavagem-ao-cérebro campestre deste calibre. Mas, o facto é que a minha filha nem por um instante se lembrou nestes seis dias de que houve um filme, e de que ela o viu. Talvez porque efectivamente ele não tenha uma história para lembrar, antes quadros sobre quadros, episódios sobre episódios, quase sem ligação. Espreme-se e - suspiro - o que foi que aconteceu ? O sonho de quem ? O mau o que queria ? Então é para esquecer este filme que sucede ao anterior êxito desta dupla, "The Ice Age"/"A Idade do Gelo" ?
"A Idade do Gelo" tinha uma história muito gira, enternecedora até, com a qual era fácil empatizar, crianças e adultos. A animação era boa (a dobragem para português mais ou menos), mas não excepcional (Pixar-standards). Talvez se tenham esquecido de avisar a Fox que o que funcionou foi a história, não o desenho. Vejam o "Shrek", com uma animação apenas razoável, bem melhorada para o "Shrek II" e porém... it's the story, dummy !
Agora a animação de "Robots" é efectivamente qualquer coisa... que merece ser vista ! Embora facilite nos bad guys, tudo o resto crepita de originalidade e luxo visual, mas/e funciona ! Resumindo portanto, é um filme melhor para adultos que para crianças, desde que se vá visionar com olho clínico, à procura de uma animação de outra galáxia (out-of-Pixar standards...) e aqui e ali, de algumas boas piadas, que a maior parte das crianças aliás não entende. Vejam por ex. no início como se faz um bebé... robôt !
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sexta-feira, abril 22, 2005

Xau

Férias = xau.

quarta-feira, abril 20, 2005

Imsucks

Refeitos in's da semana, desta vez houve tempo. Mas não para a ciência, que os tempos são mágicos.

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Ó Zé, cala-te !

Pergunto-me porque os meus amigos ateus se interessam tanto pela igreja. Senão vejamos, o Zé Saramago já declarou aos nuestros hermanos que "chegou a inquisição". E como dizia a outro: "y yo qué ?" Que lhe importa ? Pensar, meninos, pensar povo de esquerda, que há décadas andais a educar a multidão e ela nada parece ter aprendido. Se este vai ser um "mau" papa, contenta-te e cala-te, ó Zé. E escreve, mais nada, embora os demasiados que te lêem se calhar não te entendem, ou nem concordam, ou nem conceição nem amanhã. É tipo como a juventude católica, o papa anterior e o preservativo, entendes ?

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Dear, dear Charlotte/Scarlett


Ao vir de um jantar vi alguns bocados do "Lost in Translation" da Sofia Coppola, e decidi manter a minha opinião: trata-se de um filme preguiçoso, extremamente sedutor barra viciante, construído por dois actores em estado de graça: Scarlett Johansson & you know who. É um filme que apela sobretudo a um público masculino ao recriar em Charlotte a figura da jovem sem direcção a pedir indicações e um cigarro, toda lábios e olhar entornado, embora não deixe os créditos do resto por olhares alheios. Sofia C goza connosco, quarentões, porque Charlotte/Scarlett apesar de tudo está perdida mas não desesperada, nunca irá "por ali", aliás o nosso alter ego/ sabe sempre isso, não lhe nota no olhar o lume necessário. E porém, tão querida !
Sei que haverá quem não concorde, mas a soundtrack é um pouco previsível. Posted by Hello

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terça-feira, abril 19, 2005

Bento XVI


Em cima da hora, a eleição do Cardeal Joseph Ratzinger, Bento XVI para papa, vai servir, em 2005 e nos anos que se seguirão para que cada um entre e decida hoje, ou no dia em que tal coisa lhe fôr de alguma forma exigida, porque é católico, porque pertence a um corpo chamado igreja católica apostólica romana.
Bento XVI antes de ser papa, foi "o guardião da integridade do corpo de fé do catolicismo". Talvez por isso alguém lhe tenha dedicado um site chamado "ratzingerfanclub". Mas só os mais distraídos poderão pensar que só eram admitidos fans para João XXIII, ou para o longo hiato João Paulo II. O que é ser católico hoje ?
Questão ainda mais importante, e talvez Bento XVI a traga mais à superfície, é o que é ter uma religião hoje ? Há a fé, há uma história, dita sagrada, há um fio-de-prumo, histórico, civilizacional, moral também para muitos. Há a percepção, a necessidade, a obsessão, o pedido gritado de mais alguma coisa. De tempo, de espírito, de compensação. Mind versus matter. Acabaram os cânticos e o turismo papal. Agora vamos trabalhar. Habemus papan, ok. E ? Posted by Hello

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Os Referendos

Portugal agora tem não um mas dois referendos com que entreter-se. E vai votar não entusiasmadamente nos dois. Tanto que até vão ser disfarçados com as autárquicas, por ex.
O referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez coloca questões sobre se tal assunto é referendável, pois custa ir a votos por algo que é sumamente triste e doloroso. Não vejo por outro lado ninguém a promover uma chamemos-lhe campanha para reduzir o abortamento provocado a valores mínimos, residuais, o que deveria ser a vontade e o empenho claro de todos.
Exceptuando casos traumáticos, particulares, julgo que (sou homem, portanto algo externo a este raciocínio) qualquer abortamento, expontâneo ou provocado é um momento particularmente doloroso para a mulher. Referendo sem uma discussão que infelizmente tem que ser política sobre a educação sexual de uma sociedade, é uma coisa coxa, incompleta, absurda. Como absurdos são os julgamentos, e com os quais claramente não concordo.
Aqui uma vez mais a esquerda não fez os seus trabalhos de casa, e portanto, vamos alegremente referendar a interrupção voluntária da gravidez como se disso dependesse o universo, quando o universo pede, clama, sim por uma política de educação sexual integrada casa - escola - sociedade, atenta às realidades juvenis actuais, e onde este referendo não aquece nem atrasa, ou parecido. É apenas mais uma vitória da odiosa Odete Santos.
E a Europa ? Mas, caros amigos, o que é a Europa hoje ? Felizmente temos a França a responder por nós já daqui a uns dias. E eis como lá e cá políticos são os entes mais incompetentes do país - il parait que.

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sábado, abril 16, 2005

Curso Rápido de Espanhol 3

Se hunde el Titanic. El capitán le dice al contramaestre:
- Venga, coja ese pico, rompa la ventanilla, y larguémonos en una barca salvavidas.
- Pero... Capitán, aún hay mujeres a bordo...
- Sí, hombre, para follar estoy yo ahora !

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Niculae, Sá Pinto, Beto, Rochenback


Se importante foi para alguma coisa a vitória do Sporting sobre o Newcastle foi para que os golos - os 4 - fossem marcados por jogadores que de alguma forma ainda sentem a camisola. O que não é o caso de Liedson. Já não está o clube dependente deste tão inconstante senhor ? Vamos já ver com o Moreirense. E com a parada subida, a ver vamos se Peseiro está à altura da ocasião. Pena tenho eu da temporada do Polga. E a ver vamos, repito. Posted by Hello

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E então para onde vamos ?

“I Love You Mizancéne”. Estas mesmas palavras encontravam-se assim escritas num muro da praia de Matosinhos, uma sequelas de uma Polis meia mal atamancada. Eram estas palavras marca de água a tomar conta e proveito dos novos tecidos urbanos. Lembrava-se. Agora, à entrada daquele serviço médico num hospital, questionava pela enésima vez toda a água de colónia do estar ali, porque e para quê. Tirou um livrinho de notas, três médicos para visitar. Mas isto aqui não era a casa deles. E era cedo. Nenhum dos seus colegas de parasitismo tinha ainda chegado, e os médicos estavam a passar visita, ou a simulá-lo, parecia. Por uma janela via-se a sala deles. De uma forma mais ou menos digna tentava-se ver quem estava. Quanto mais velhos (os médicos) menos forçavam as articulações que necessárias eram para construir o movimento de levantar. Os mais novos, a gosto ou a contragosto, entravam e saiam a reportar desse mundo estranho onde predominava a doença, as enfermarias. Doutor A ? Saiu de fazer urgência. Doutor B ? Na consulta. Doutora C ? Doente.
Ao sair do hospital respirou de alívio. Cruzou-se com um conjunto de pessoas que davam as mãos e contrariadas entoavam umas palavras de ordem contra “o Metro”. Algo sobre um enterro, e uns túneis. Na próxima façam uma manifestação para dar uma pintadela nova ao hospital, pensou. Ou para que os doentes melhorem, se a coisa não fôr lá de outra forma. E esbarrou numa mulher que coincidia em retirar-se do hospital. Alíás parecia que fugia. Morena, não alta e proporcionada à melhor maneira portuguesa pensou, muito morena, e com uns olhos achinesados. “Peço desculpa”. “Peço desculpa”. E seguiram. Calharam de atravessar no mesmo tempo na passadeira da circunvalação, primeira parte. Mas depois ela passou no vermelho, ele hesitante, como ficara depois de começar a pensar se uma criança, que exemplo dar, mas ali não havia criança nenhuma, só uma mulher mais uma a escapar-se. Retirou o carro do parque e logo depois parou no semáforo. E agora, que fazemos ? Para onde vamos ?

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quarta-feira, abril 13, 2005

French Touch

Ver www.imsucks.com para texto sobre a colecção de músicas "French Touch".

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Oh, como eu odeio

Oh, como eu odeio o Luis Filipe Menezes. Os seus choradinhos e a sua gestão camarária. As suas lealdades e entradas e saídas. É populismo sem a piada do outro. Não é nada, em resumo. Gaia ? Nada mais fácil, meus amigos, visto estar tudo por fazer. A costa ? Muito menos estragada que a de Matosinhos, com um património histórico e social brilhante ( a Granja de Ramalho Ortigão), tudo por fazer. A cidade ? Cheia de gente, e gente nova, ao contrário do Porto, com imensa vontade de viver bem. Com um rio do outro lado, areinhos, campo, hortas e pastos, espigueiros, montes e igrejinhas, riachos (o Febros, etc.), a dinâmica selvagem dos Carvalhos, que mais quereis, senhores ? O melhor postal do mundo do outro lado do rio (dai o óbvio e um pouco monótono Cais). Ainda tudo facilitado por comparação com um Rui Rio QI 60, nos bons dias. Então, há que encher tudo de gente e mais gente, construir, construir, muitas avenidas hiperlargas e vias rápidas longitudinais, latitudinais, etc para que este concelho em 2010 não tenha os 400 mil habitantes que tem agora mas sim 500 mil ou mais e assim sejamos o presidente da câmara com mais eleitores do norte, topas ?
Fazer a mega avenida que une o Gaiashopping ao Arrábida, com uma rotunda tipo do marquês mas sem marquês e sem lisboa, cortando a eito sobre os restos do Candal antigo (é, não é ?), percebendo-se já tudo o que ali se vai construir e com vistas, asco, ódio, penhasco em cima da cabeça dele. Volta Almada Negreiros, estás perdoado.
Ainda por cima, o gajo é médico !

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terça-feira, abril 12, 2005

LFV

Consta ser "nas derrotas que se vê a grandeza do Benfica", e cito. Não há dúvida, o Benfica tem crescido muito nestes anos.

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segunda-feira, abril 11, 2005

S. Fernando


Existe um movimento quase plebiscitário para a beatificação e posterior santificação de João Paulo II. Isto tudo acontece em tempos emocionados, e em tempos de ausência de modelos, de líderes espirituais, que não futebolistas e quejandos. A igreja católica obriga à comprovação de milagre(s) para que a escada para a santidade comece a ser escalada. Sendo um milagre portanto uma manifestação do Além, donde a santificação um tijolo naquilo que é matéria de fé pura, a crença numa outra vida, a crença na Superioridade. A existência do fenómeno "milagre", cuja essência é a sua inexplicabilidade, ajuda sempre a fortalecer uma fé mais quebradiça. Pois hoje vou falar-vos de um milagre que devia ser tido em conta nestes momentos de contabilidade de altares, e de promoções e despromoções. Fernando Assis Pacheco é um dos autores de língua portuguesa do século passado da minha maior devoção. Fumador, comedor, bebedor, morreu relativamente novo de uma "comoção cardíaca", numa livraria. Pois é... Tenho vindo a ler as "Memórias de um Craque", pequenos escritos de jacto sobre a sua infância futebolística, e é como espreitar a infância de um santo, adivinhar já as inclinações, a eleição.
Tenho vários livros dele perdidos pela casa, eis porque não posso desesperar, ao arrumá-la pela enésima vez, alegria, acontecerá um livro do Fernando, santo da minha devoção. Posted by Hello

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domingo, abril 10, 2005

Daniel 10 de Abril

Quando eu era uma criança de muletas
Estudei o alicerce de coisas paradas
Observei as coisas que se moviam
No olhar estático das coisas que meditam. Era cirúrgico
Como o homem que opera nas pupilas as artérias do seu próprio coração.
Estudei um peregrino e outro e outro. Estavam parados
Contemplavam os passos percorridos
No perímetro da meditação.
Anotei que os alicerces do movimento são líquidos
Constantes.
Primeiro líquido: a água, nas coisas altas as nuvens
E penso também nos rios. Segundo líquido: a saliva
Que curou os cegos. Terceiro líquido: o ar porque me lembro
Do relâmpago, da velocidade das coisas que caem. O sétimo líquido:
O sangue do cordeiro.

Quando eu era uma criança parada
Quando não andava numa cadeira de rodas a empurrar o corpo com as mãos
Estudei o movimento dos líquidos
Segui o derrame da semente ao morrer.

Caminhasse eu porém e seguiria
O fio de água no olhar de quem amei.



Daniel Faria, in Dos Líquidos, F Manuel Leão, 2000

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sábado, abril 09, 2005

Daniel


Eu não acredito em auras. Eu, aliás, não acredito em quase nada. Ás vezes nem sei até onde queria estar, nem a fazer o quê. Sei porém que, de todos os sítios, amanhã gostaria de estar em Baltar, a despedir-me de quem não conheci. A 10 de Abril de 1971, nasceu em Baltar, Paredes, um rapaz com o nome Daniel Augusto Faria. Um rapaz. Que morreu aos 28 anos, após um traumatismo craniano, no maior hospital de uma grande cidade aqui perto. Lembro-me de, há anos, em Ermezinde, num retiro meio-a-brincar, porem-me todos os dias a olhar demasiado para o espelho, onde se via a minha cara, o que não era, e continua a não ser, nada agradável. Antes dos poemas, este Daniel devia ser os seus olhos. Vivos espelhos donde saía uma luz que não parava, um chamamento, um pedido de namoro para a vida. Se o tivesse conhecido, a minha reacção teria sido como perante aquele espelho de há quinze anos: "não sou digno". Mas não vou inventar. Por hoje, e por respeito pelo próprio e pelo halo de veros amigos que o Daniel deixou, não invento. Explico apenas mais um pouco, que o rapaz Daniel possuia uma fúria criadora imparável, escrevia, escrevia, desenhava, colava, fazia teatro, após licenciar-se em Teologia entrou em Estudos Literários, na FLUP. Morreu em retiro, pois estava recolhido no Mosteiro de Sisrverga de Santo Tirso, sua última opção de morada. Recomendo, permito-me recomendar, o livro "Dos Líquidos", em edição da Fund. Manuel Leão, saído postumamente em 2000; o livro "Legenda para uma Casa Habitada", criado à volta da igreja do Marco desenhada pelo Siza; e o poema que dá nome a esse fantástico título de livro: "Homens que são como lugares mal situados", de 1998, da mesma editora.

E o poema termina assim:

"Não os levantemos
Nem nos sentemos ao lado deles. Sentemo-nos
No lado oposto, onde eles podem vir para erguer-nos
A qualquer instante"

Amanhã não vou estar em Baltar. Nem tenho a quem perguntar: onde queres que eu esteja ? Onde é o meu sítio ?
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quarta-feira, abril 06, 2005

Mar Adentro - Texto

É-me difícil escrever um texto objectivo sobre um filme pelo qual me apaixonei. Que isto de ir tão pouco ao cinema tem os seus enguiços.
Mar Adentro é uma película de Alejandro Aménabar, cineasta espanhol com prestígio intra-muros, e que agora com este filme ganha outra projecção. É a história, já sabida por muitos, de um galego, Ramon Sanpedro (Javier Bardem), tetraplégico após acidente de praia. Filme onírico, filme que vagabundeia entre o dia a dia e o sonho de um mesmo homem sobre o qual o filme é feito. Sanpedro quer morrer. Ele aliás devia ter morrido naquele dia em que a cabeça bateu demasiado cedo no fundo rochoso de uma cala. Ele assim acha.
Marinheiro de volta ao mundo e mulheres cem, só com o corpo inteiro e vertical se entende. E rejeita fisioterapias ou cadeiras de rodas, rejeita os sucedâneos de vida que lhe são propostos. Ramon Sanpedro é galego, teimoso portanto. E vai pela sua. Quem ama o sol nunca se conformará com résteas de luar. Por muitas mulheres que pelo mágico tetraplégico se apaixonem. E o filme é isto, a defesa desta tese. Vem a advogada e apaixona-se, ela também tem uma doença degenerativa, no fim tem medo, termina justiceiramente demenciada. Vem Rosa (Ramona na vida real) e ali encontra refúgio, acoito, e ordem, uma linha ou fio de prumo. E como mulher vai ter a coragem necessária para colaborar.
Ramon não se mexe. Antes corria, veleja, tocava de porto em porto. Sonha que voa, pois que ele só pode subir, subir, nunca rastejar de uma cama para uma cadeira. Ramon não defende uma solução. Defende a sua solução. Como marinheiro que sonha ser patrão de barco, outra opção não pede do que a de ser patrão de si próprio. E contra por exemplo o travão mais habitual, o argumento religioso de que a vida não é nossa. É.
O resto do filme é um bom embrulho para a representação superlativa de Javier Bardem. Ninguém deslustra, embora talvez Belén Rueda trema um pouco. Pode ser que os linguismos do filme (galego, castelhano, catalão) às vezes estejam um pouco a monte, mas o filme não é feito por um galego, nem a sua missão primeira seria fazer justiça linguística. E no geral não falha. Menos falha no carácter daquelas gentes: actores galegos só dois: Rosa e o pai de Ramon, mas o ser galego, toda a tragédia espinal medular do quadrado extremo peninsular está ali. E não é de folclore que falo. E Javier Bardem, para quando galego honorário ?
Senãos ? Quase nenhuns, a música, infelizmente de Aménabar/Nuñez, custa criticar estes dois mas aqui sim o folclorismo ataca e atrapalha. Galiza não é Irlanda, e Aménabar não é um grande compositor.
Mar Adentro é ainda o lindo poema de Ramón em que ele desenha o ideal seu e que por momentos terá partilhado com a bela advogada, o de impedidos de um amor vivo, físico e químico como só assim ele o concebia, pudessem os dois festivamente morrer em amor, mar adentro.

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Curso Rápido de Espanhol 2

Un hombre entra en el dormitório y le dice a la Señora:

"Claro, yo como estúpido buscando el cinturón por toda la casa, y tu aquí ahorcada con él, no te jode !"

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Nicolette


E afinal este é um ano ainda aberto a possíveis surpresas, e a esperança pode por momentos, minutos, morar em nós. Assim foi em 1992, com o disco "Now is Early". Onde Nicolette, a wandering voice, murmurava o mais íntimo dos desejos, "No Government". Saltitando entre o hip-hop e o drum and bass, era muito mais do que a etiqueta "Billie Hollyday on acid". Era um anjo ritmado. E este ano (13 anos depois) lança o seu 3º disco, "Life loves us", se excluirmos a sua colectânea para a colecção DJ-Kicks. Obrigado, ainda não ouvi, mas obrigado. Posted by Hello

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Angelina


Pure Sex. Posted by Hello

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Luiza

Um dia acorda-se e o abismo é berço,
E o diabo mais do que um irmão.
Todo o desvio tem o seu preço.


Luiza Neto Jorge in Poesia Toda, Ass & Alv

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segunda-feira, abril 04, 2005

Curso Rápido de Espanhol

A minha filha, filha de um português e de uma espanhola, foi recentemente a uma festinha catita de Páscoa de uns amigos nossos. Ela tem seis anos. Foi a minha esposa que a levou. Uma das crianças que estava na festa, ao perceber o sotaque da minha esposa informou a minha filha de que não gostava de espanhóis. Questionada sobre a razão, respondeu que era porque o "paizinho não gostava".
Bom, adiante. Eu conheço o "paizinho", e até é um tipo fixe...
A língua castelhana, como já disse até num post anterior, é uma língua fixe.
E mais libertina do que a nossa, o que é uma qualidade. Não há melhor forma de o comprovar senão através de umas anedotas, que eu passo a colocar no ar - se tiverem dificuldade em entender mandam-me um email, ou perguntam a um espanhol que trabalhe aí por perto, ou que esteja de passagem.
Aqui vai a primeira:

"Un amigo que le dice al otro:
-Te llamo por la cortadora de césped.
Y le dice el otro:
-Ostia pues se escucha de puta madre."

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sábado, abril 02, 2005

A girl from The Bronx


E termino com esta fra(n)queza: Jennifer Lopez. E salto do desenho acima para falar de um fino horizonte de umas finas sobrancelhas cujo mais pequeno desnível ordena, destroça, desfaz. Limitações ? I can live with that. Posted by Hello

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Cegonhas ao Luar

Em fila, na margem do lago, profundamente entregues aos sonhos
na magia da lua, silenciosamente esperam as cegonhas

Esta noite é como um lago que flutua no ar
as infinitas estrelas como se fossem os seus insectos

Porque é que ninguém caça nestas águas celestiais ?
Que pássaros comem estes pequenos animais de luz ?

Como se a alma e o olhar se encontrassem, entregues aos sonhos
na magia da lua, silenciosamente esperam as cegonhas


Ahmed Hasím (trad. JSBraga in Animal Animal ed. Ass.Alvim)

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Terri Schiavo 2

Agora que Terri Schiavo morreu, o mais desejável é possivelmente pôr um ponto final nos aspectos circenses que rodearam a sua morte "judicial". Quão melhor teria sido que, quando da colocação da gastrostomia, e já perante a previsibilidade de um diagnóstico de estado vegetativo persistente, tivesse sido estabelecido um plano objectivo de reabilitação com metas mensuráveis de recuperação, as quais, a não ser cumpridas, deveriam ter levado, há pelo menos uns 13 anos, à remoção da gastrostomia e à morte pacífica desta pobre infeliz. Aqui os familiares, parece que dos dois lados, não primaram por uma perspectiva razoável sobre o que esperar da reabilitação (im)possível desta mulher.
Outra coisa, e isto lembra-me outras temáticas, como o abortamento, é dizer que não entristece e não arrepia uma morte que, objectivamente é a sede e à fome. O que implica, como profissional "da coisa", hesitação. Suponho que - espero que os últimos dias de Terri Schiavo tenham acontecido sob alguma sedação.
Finalmente, e também para fazer um pouco de história, o primeiro caso da epidemia americana "righ-to-die" foi o de Karen Ann Quinlan, já nos anos 70, no qual, uma mulher em coma ficou dependente de um ventilador. A família decidiu que o ventilador devia ser desligado, o corpo médico hospitalar recusou-se a fazê-lo, mas uma ordem judicial obrigou à desconexão... com a doente a entrar em respiração expontânea e viver mais 10 anos... com uma gastrostomia. Morreu de uma complicação infecciosa.

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